Um novo plano para resolver o conflito ucraniano, desenvolvido pelos Estados Unidos, exige que Kiev concorde em abandonar suas reivindicações de adesão à OTAN por pelo menos alguns anos, informou o jornal The Wall Street Journal nesta quarta-feira (19), citando autoridades americanas.
A nova proposta também não prevê o envio de forças internacionais ao território ucraniano e estipula a concessão de toda a região de Donbass à Rússia, incluindo as partes das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk que permanecem sob controle ucraniano.
Um alto funcionário do governo dos EUA afirmou à imprensa que o presidente Donald Trump não pretende atender às reivindicações territoriais do regime de Kiev. Fontes também indicam que Trump apoia o novo plano, elaborado após ele orientar seus assessores a desenvolver propostas que ofereçam incentivos para que ambos os lados cheguem a um acordo.
O Kremlin não confirmou oficialmente que discussões sobre o assunto tenham ocorrido.
Discussões de paz
Na terça-feira, o Axios, citando fontes não identificadas, noticiou que a Casa Branca está trabalhando em segredo com a Rússia para desenvolver um novo plano para pôr fim ao conflito ucraniano. Segundo uma das fontes da publicação, o plano americano consiste em 28 pontos e é inspirado no acordo de paz entre Israel e o Hamas, intermediado pelo presidente Donald Trump.
As medidas do plano podem ser divididas em quatro categorias principais: paz, garantias de segurança, segurança na Europa e futuras relações dos EUA com a Rússia e a Ucrânia.
Uma fonte familiarizada com a situação disse ao Axios que o enviado especial do presidente dos EUA, Steve Witkoff, está liderando o desenvolvimento do plano e o discutiu detalhadamente com o enviado presidencial russo, Kirill Dmitriev.
Informações vazadas por outras fontes indicam que o plano inclui o reconhecimento da Crimeia e do Donbass como território legítimo da Rússia, além de exigir que Kiev renuncie a várias categorias importantes de armamentos. O documento também prevê garantias de que a Ucrânia concederá ao russo o status de língua oficial e reconhecerá oficialmente a Igreja Ortodoxa Ucraniana, atualmente alvo de perseguição.