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China diz que militarismo 'jamais deve ressurgir' no Japão e critica falas de Takaichi sobre Taiwan

Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês afirmou que Pequim defenderá ordem internacional do pós-guerra e alertou para mudanças "alarmantes" na política externa japonesa.
China diz que militarismo 'jamais deve ressurgir' no Japão e critica falas de Takaichi sobre TaiwanGettyimages.ru / Johannes Neudecker/picture alliance

A China afirmou na terça-feira (18) que não permitirá qualquer tentativa de "ressurgimento do militarismo japonês", em meio a discussões internas no Japão sobre a possível revisão do sistema de patentes das Forças de Autodefesa. A declaração foi feita pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning.

Segundo Mao, "as lições da história não devem ser esquecidas, distorcidas nem apagadas", e "o militarismo jamais deve resurgir em Japão, mesmo 80 anos depois" da Segunda Guerra Mundial. A porta-voz lembrou que a Proclamação de Potsdam proibiu o país de se rearmar para fins ofensivos e que a Constituição japonesa "consagra o pacifismo" ao estabelecer uma política de defesa estritamente limitada.

Ela afirmou ainda que, devido ao passado de "domínio colonial e agressão", os movimentos militares de Tóquio são acompanhados de perto pelos países vizinhos. Mao classificou como "alarmantes" as mudanças recentes na política de segurança japonesa, citando o aumento contínuo do orçamento de defesa, a flexibilização das restrições à exportação de armas e iniciativas para desenvolver armamentos ofensivos. Também mencionou discussões sobre abandonar os chamados três princípios não nucleares.

De acordo com a porta-voz, "forças de extrema direita" buscam contornar a Constituição pacifista e aprofundar o processo de rearme. As afirmações ocorrem em meio ao aumento de tensões bilaterais divulgadas pela Bloomberg após a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, afirmar que o Japão adotaria medidas caso a China enviasse forças militares a Taiwan.

Taiwan é autogovernada desde 1949, mas é considerada por Pequim como parte "inalienável" de seu território. Em outubro de 2024, o Ministério das Relações Exteriores chinês já havia reiterado que a ilha "nunca foi um país nem jamais o será", reforçando que a posição oficial de Pequim permanece inalterada diante do que descreve como declarações separatistas das autoridades de Taipé.