O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, declarou na segunda-feira que a China é o principal país que permite o envolvimento da Rússia no conflito na Ucrânia.
"A guerra na Ucrânia mostra que a segurança não é regional, mas global. O principal facilitador da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia na Europa é a China", disse Stoltenberg, respondendo a uma pergunta sobre o fortalecimento das relações da OTAN "com países fora da Aliança, como Austrália e Japão".
O secretário-geral do bloco chamou Pequim de "o maior parceiro comercial" da Rússia. "Eles estão fornecendo componentes essenciais para suas armas, microeletrônica, tecnologia avançada, o que permite que a Rússia construa mísseis, drones e muitas outras coisas, que são fundamentais para sua guerra contra a Ucrânia", disse ele.
Além disso, Stoltenberg acusou o Irã e a Coreia do Norte de entregar armas à Rússia. Em suas palavras, o Irã, a Coreia do Norte e a China são "fundamentais para a capacidade da Rússia de lutar contra o amigo europeu".
"Essa ideia de que podemos separar a Ásia da Europa não funciona mais. Isso está interligado. E, é claro, também temos que enfrentar os desafios que a China impõe à nossa segurança", disse Stoltenberg.
Pequim denuncia a abordagem hipócrita dos EUA.
Em abril, o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que Washington está preparado para impor novas sanções à China se ela não parar de supostamente fornecer à Rússia bens e componentes de uso duplo que Moscou teria usado para reforçar sua base industrial militar.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, declarou que os EUA estão adotando uma abordagem hipócrita ao acusar a China de apoiar a Rússia no conflito da Ucrânia, em um esforço para prejudicar as relações comerciais entre Pequim e Moscou.
Wang enfatizou que Pequim tem mantido consistentemente sua neutralidade com relação ao conflito russo-ucraniano e tem defendido ativamente tanto as negociações de paz quanto uma solução política.