O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou nesta quarta-feira (19) seu compromisso em abordar "com muita seriedade" as mudanças climáticas, enfatizando que "cuidar do clima é cuidar da manutenção e da existência do planeta Terra". Nesse sentido, destacou que "países ricos" devem "ajudar os países pobres".
"Os países ricos têm que ajudar a transição energética africana, a produção de biocombustível, de eólica, de solar. Tudo. Não é um pouco de dinheiro: é transferência de tecnologia, de conhecimento. É ajudar os países a darem um salto de qualidade", afirmou durante coletiva de imprensa na COP30, em Belém (PA).
Lula também defendeu o financiamento de países desenvolvidos ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), promovido pelo Brasil no evento.
"Cuidar do clima é saber (...) de que é preciso colocar dinheiro para que as pessoas que têm floresta em pé, mantenha a sua floresta em pé. Para que as pessoas possam saber que, mantendo a floresta em pé, ele pode ganhar mais do que derrubando a floresta", declarou.
O mandatário argumentou que bancos multilaterais, petroleiras e mineradoras também devem financiar a transição energética. No caso de instituições financeiras que cobram "juros exorbitantes" de países da África e da América Latina, o presidente defendeu que parte de sua dívida seja revertida em investimentos.
Convencer Trump
Durante seu discurso, Lula declarou estar "feliz" com a COP30, chegando a dizer que convenceria o presidente dos EUA, Donald Trump, sobre os riscos das mudanças climáticas.
"Eu tô feliz. Eu tô tão feliz que um dia, haverei de convencer o presidente dos Estados Unidos de que a questão climática é séria. E de que o desenvolvimento verde é necessário", declarou, acrescentando que "sonha" em "acabar com a guerra na Rússia e na Ucrânia".
Defesa de Belém como sede
Lula defendeu a escolha de Belém para sediar o evento, rebatendo críticas de que a capital paraense "não estava preparada" para receber o evento.
"Isso aqui fez uma COP melhor do que a de Copenhaguen, de Dubai, de Londres, de Paris, de qualquer lugar. Porque aqui, o povo foi mais povo, o povo participou mais", afirmou, complementando que pessoas "do mundo inteiro" fizeram suas manifestações no evento.
"Estou muito feliz porque pela primeira vez na história da COP, 3.500 indígenas participaram. Porque as mulheres não são objetos nessa COP", apontou.
Ele também mencionou o destaque internacional e doméstico alcançado por Belém. "Hoje eu tenho certeza que a China, Berlim, Paris e Rússia conhece Belém. E eu tenho certeza que muita gente do sul do país, do meu país, hoje conhece Belém", disse.