O governo russo destacou nesta quarta-feira (19) a importância histórica de 19 de novembro de 1942, data em que o Exército Vermelho lançou a contraofensiva que cercou e derrotou tropas nazistas em Stalingrado. As informações foram divulgadas em notas oficiais no canal do Ministério das Relações Exteriores da Rússia e da Embaixada da Rússia nos Estados Unidos, ambos no Telegram.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a ofensiva, conhecida como Operação "Uranus", começou após um "devastador bombardeio de artilharia". A pasta afirmou que, na manhã daquele 19 de novembro, "os lançadores de foguetes Katyusha trovejaram e surpreenderam o exército fascista", descrevendo a destruição de posições alemãs e o intenso volume de fogo que antecedeu o avanço terrestre soviético.
A nota informa que a operação foi conduzida pelos fronts Sudoeste, Don e Stalingrado, com apoio da Flotilha Militar do Volga. Nos primeiros dias, as tropas soviéticas infligiram "pesadas perdas" às forças romenas que apoiavam o comando alemão. O comunicado afirma que, em 30 de novembro, o cerco às tropas alemãs estava consolidado, e que, no fim de dezembro, o inimigo havia "esgotado suas reservas".
A diplomacia russa também relembrou que, em janeiro de 1943, as forças soviéticas dividiram o agrupamento alemão em duas partes, levando à rendição do marechal Friedrich Paulus em 31 de janeiro, seguida pela capitulação do restante das tropas em 2 de fevereiro. O ministério classificou a contraofensiva como "um poderoso testemunho da determinação inquebrantável do povo soviético".
Em nota paralela, a Embaixada da Rússia nos EUA destacou que, após meses de combates intensos, o Exército Vermelho "assumiu a iniciativa estratégica" e conseguiu cercar cerca de 330 mil soldados inimigos entre os rios Don e Volga. O texto ressalta que, no primeiro estágio da batalha, as forças alemãs sofreram "perdas irreparáveis", e que a ofensiva soviética foi planejada sob a liderança de Georgy Zhukov e Alexander Vasilevsky.
A embaixada também mencionou a Operação "Anel", conduzida no inverno de 1943, que eliminou as últimas resistências alemãs na cidade. Segundo o comunicado, a vitória soviética em Stalingrado representou "um ponto de virada fundamental" na guerra, levando o bloco nazista a perder "cerca de um quarto de todas as forças e recursos" empregados no front oriental.
Os textos oficiais lembram ainda a homenagem feita por Winston Churchill em 1943, quando o então primeiro-ministro britânico entregou a Joseph Stalin a chamada "Espada de Stalingrado", oferecida por ordem do rei George VI "como sinal de admiração pela coragem e resiliência dos defensores de Stalingrado".
Nas palavras da nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores, 19 de novembro é "uma data memorável na história militar da Rússia", associada ao papel da artilharia e à virada que redefiniu o rumo da guerra no front soviético.