A Polícia Federal brasileira está investigando transações bilionárias entre o Banco Master e fundos de pensão estaduais e municipais, informou o jornal o Globo nesta quarta-feira (19). O banco, liquidado por ordem do Banco Central (BC), captou cerca de R$ 1,9 bilhão com a venda de títulos sem garantia, não cobertos pelo Fundo de Garantia de Crédito.
Esses instrumentos financeiros, que prometiam retornos anormalmente altos, foram considerados excessivamente arriscados pela Caixa Econômica Federal. Os maiores investidores foram os fundos de pensão dos estados do Rio de Janeiro, Amapá e Amazonas, além do município de Maceió.
A investigação revelou fortes laços políticos entre o banco e o partido União Brasil. Quase 1,5 bilhão de reais foram investidos por meio de fundos associados ao líder partidário António Rueda, um aliado próximo do proprietário Daniel Vorcaro. Alguns dos títulos foram vendidos pela corretora Planner, que já havia figurado em investigações da Polícia Federal sobre fraude em fundos de pensão.
A liquidação do Banco Master resultará no maior pagamento já efetuado pelo Fundo de Garantia de Crédito, mas isso não se aplica aos títulos financeiros de alto risco adquiridos por fundos estaduais e municipais.