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Clubes de luta neonazistas do Reino Unido focam em recrutamento adolescente

Redes de extrema direita buscam integrar membros mais novos e facilmente manipuláveis em suas organizações, onde se pratica o culto ao corpo e a homenagem a líderes nazistas.
Clubes de luta neonazistas do Reino Unido focam em recrutamento adolescenteEvening Standard / Stringer

O Active Club England, uma rede de clubes de luta neonazistas, anunciou a criação do Albion Youth Club, um grupo voltado para adolescentes a partir de 15 anos, com o objetivo de formar uma nova geração de fascistas, conforme reportado recentemente pelo The Times.

O Active England Club, que vem crescendo rapidamente, combina aulas de luta com uma ideologia extremista que cultua figuras como Adolf Hitler. O Albion Youth Club é divulgado como uma oportunidade para jovens entre 15 e 18 anos, que alega já haver realizado três encontros em diferentes regiões do país.

"Buscamos fortalecer nossa identidade britânica, preservando nossa história e cultura para as futuras gerações... Juventude Branca em Revolta!", escreveram membros da organização em anúncio do recrutamento juvenil.

As fotos desses eventos refletem a ideologia do grupo, mostrando uma bandeira preta com uma cruz celta e mensagens que destacam a importância da construção de uma identidade pura que remonta a um passado ancestral compartilhado.

Fascismo em alta

O Active Club England faz parte de uma rede maior de grupos de extrema direita que se espalharam pelo mundo desde que o supremacista branco americano Robert Rundo, atualmente preso, fundou a organização em 2020.

Rundo, que já foi anteriormente extraditado da Romênia em face de acusações nos Estados Unidos, já havia expressado que escolas seriam pontos ideais de recrutamento para grupos fascistas, segundo a publicação da Times.

Desde sua fundação, o grupo já inaugurou diversas filiais no território inglês e estrangeiro, estendendo-se pelos Estados Unidos, Europa, Oceania e América do Sul. Atualmente, estima-se que o grupo tenha cerca de 4.500 membros na Inglaterra e mais 1.500 em outras partes do Reino Unido.

A agência de notícias ITV News publicou em fevereiro deste ano uma reportagem que relatou as experiências de um jornalista infiltrado em uma das células do grupo, buscando identificar como operam. "Fomos a pé até um parque local, sentamos e conversamos sobre boxe, imigração e miscigenação", revelou a publicação. "Era como uma entrevista de emprego, só que para entrar em um grupo nazista. Era simplesmente insano."

"Nem todos eram britânicos. Havia ucranianos, romenos, espanhóis e italianos. (...) Alguns deles são condenados, que disseminam ideias para os mais jovens do grupo, que podem ser facilmente manipulados," completou o relato.