
Peru nega intenção de violar soberania da Embaixada do México para prender ex-primeira-ministra

O ministro das Relações Exteriores do Peru, Hugo de Zela, assegurou que o governo peruano não pretende invadir a embaixada mexicana em Lima para prender a ex-primeira-ministra Betssy Chávez, informou a imprensa local na segunda-feira (17).
"Não, para ser muito direto, posso dizer que não, nem sequer estamos considerando isso, e não vai acontecer neste caso", afirmou em entrevista.

O chanceler também anunciou que fará uma viagem aos Estados Unidos para apresentar uma proposta de alteração à Convenção de Caracas, assinado em 1954 e que regula o asilo diplomático. De Zela adiantou ter iniciado negociações com os países membros da Organização dos Estados Americanos (OEA) para avaliar se o texto da Convenção permanece adequado aos dias atuais.
O tema também foi abordado na IV Cúpula CELAC‑UE, realizada em Santa Marta, Colômbia, nos dias 9 e 10 de novembro. Na ocasião, o ministro manteve diálogos com chanceleres de diversos países, que concordaram sobre a necessidade da reforma.
"Quando alguém solicita asilo, presume‑se que o Estado que o concederá deve fazer uma avaliação da situação. Essa avaliação costuma envolver a solicitação de informações ao país de origem do solicitante", declarou Hugo de Zela.
A modificação proposta pelo Peru tem como objetivo estabelecer um procedimento, no qual o Estado que concederá o asilo receba as informações necessárias para tomar uma decisão ponderada, considerando a situação e as razões da saída do país de origem.
Tensões com México
As relações bilaterais entre México e Peru tensionaram-se após o governo mexicano, liderado por Claudia Sheinbaum, conceder asilo político à ex-primeira-ministra peruana Betssy Chávez. Última chefe de gabinete do ex-presidente Pedro Castillo, Chávez responde pelo crime de rebelião, tipificado na legislação peruana.
"Em nossa opinião, o asilo político não se aplica a uma pessoa que cometeu um crime comum", argumentou de Zela.
- Em resposta à decisão mexicana, Lima decidiu romper as relações diplomáticas entre os dois países.
- Desde a queda de Castillo em 2022, o México acusa o Peru de ter rompido a ordem consitucional, perseguindo politicamente o ex-presidente e aliados como Chávez.
