
Sem bases militares estrangeiras: presidente do Equador viaja aos EUA após derrota em referendo

O presidente equatoriano, Daniel Noboa, viajará aos Estados Unidos nesta terça-feira (18) dois dias depois de seu governo ter perdido um referendo e uma votação popular que visavam permitir a implantação de bases militares estrangeiras no Equador e elaborar uma nova constituição.

Segundo o decreto executivo, o presidente estará no país norte-americano de 18 a 20 de novembro acompanhado por uma delegação oficial composta exclusivamente pelo Secretário-Geral da Integridade Pública, José Julio Neira.
A viagem de Noboa aos Estados Unidos tem um propósito diplomático alinhado aos interesses do país, mas seu itinerário detalhado ainda não foi divulgado. Esta é a sua segunda visita aos Estados Unidos neste mês.
Equador se recusa a abrir mão da soberania militar
Há alguns dias, a Secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, visitou o país sul-americano para apoiar Noboa e reafirmar sua estratégia de "segurança abrangente" para o Equador, o que incluiria uma presença operacional reforçada dos norte-americanos no país andino.
Noboa apoiava a proposta e a apresentou como uma solução para a crise de violência que assola o Equador há anos. No entanto, após a derrota de domingo, o presidente precisa reconsiderar seu papel como aliado fundamental dos EUA enquanto o governo Trump perde uma plataforma que pretendia usar para justificar uma política mais intervencionista na América do Sul.
Mais de 60% dos eleitores votaram pela manutenção da proibição de bases militares estrangeiras, prevista na Constituição desde 2008, deixando claro que o Equador não está disposto a ceder sua soberania militar.
