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FMI aprova as contas da Argentina e prepara novo desembolso para o Governo Milei

A agência reconheceu que as autoridades "superaram" as metas.
Imagem ilustrativaFMI

O Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou a revisão das contas do Governo do presidente da Argentina, Javier Milei, e abriu as portas para um novo desembolso que pode chegar a 800 milhões de dólares.

"A equipe do FMI e as autoridades argentinas chegaram a um acordo em nível de equipe sobre a oitava revisão (...) Sujeito à aprovação do conselho executivo do FMI, a Argentina terá acesso a desembolsos de acordo com o programa", disse a organização em um comunicado.

Também explicou que a revisão foi concluída com base em "resultados melhores do que o esperado", já que todos os critérios de desempenho econômico foram superados.

Entre os resultados mais "notáveis", o FMI citou o primeiro superávit fiscal trimestral da Argentina em 16 anos, uma rápida queda da inflação, uma reviravolta nas reservas internacionais e uma redução acentuada do risco soberano.

O FMI garantiu que essas "conquistas" ocorrem em um contexto de contração da atividade econômica que começou no final de 2023. Ou seja, o ajuste implementado por Milei, que assumiu o cargo em 10 de dezembro.

"As autoridades fizeram esforços significativos para expandir a assistência social a mães e crianças vulneráveis, bem como para proteger o poder de compra das pensões. Continua a haver progresso na ampliação do apoio político e social a esses esforços e no combate a interesses arraigados", disse a agência, embora os dados oficiais não correspondam a esse quadro.

O próprio Governo argentino reconheceu que a pobreza aumentou acentuadamente nos últimos cinco meses, chegando a 41%, enquanto as aposentadorias e pensões caíram 37% e os salários 17%.

Elogios

De acordo com o FMI, foram alcançados entendimentos sobre políticas para reduzir ainda mais a inflação, reconstruir as reservas internacionais, apoiar a recuperação e manter o programa acordado.

O comunicado não poupou elogios ao ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, e ao presidente do Banco Central, Santiago Bausili, a quem o FMI reconheceu por seu "engajamento construtivo contínuo" e sua disposição de restaurar a estabilidade econômica e estabelecer as bases para uma economia mais forte e sustentável.

"Com base no grande progresso feito até o momento, as autoridades indicaram que suas políticas continuarão a evoluir para salvaguardar a durabilidade do processo de estabilização e reforma", acrescentou.

A declaração foi emitida pela equipe do FMI, liderada por Luis Cubeddu, Diretor Adjunto do Departamento do Hemisfério Ocidental, e Ashvin Ahuja, Chefe da Missão para a Argentina.