Um estudo, divulgado em outubro, na revista Nature, mostra que as mutações genéticas que podem causar doenças tornam-se cada vez mais comuns nos espermatozoides à medida que os homens envelhecem.
Uma pesquisa, feita por cientistas do Instituto Wellcome Sanger e , do King's College London, revela que esse processo evolutivo oculto aumenta os riscos genéticos transmitidos aos filhos.
Os cientistas analisaram o esperma dos homens saudáveis com idades entre 24 e 75 anos usando a tecnologia de sequenciamento de alta precisão NanoSeq.
Os resultados foram alarmantes: em homens com cerca de 30 anos, cerca de 2% dos espermatozoides continham mutações patogênicas, enquanto em participantes com mais de 70 anos, o número subiu para 4,5%. Isso significa que a probabilidade de transmitir defeitos genéticos para um filho aumenta significativamente com a idade do pai.
A principal razão não é o acúmulo de erros aleatórios no DNA, mas um mecanismo oculto de seleção natural dentro dos testículos. Em tecidos que se renovam constantemente, mutações (alterações no DNA) podem dar a algumas células uma vantagem, permitindo que se multipliquem mais rapidamente do que outras.
Esses grupos de células "clonais" idênticas se expandem, eventualmente superando em número as células vizinhas. Embora a maioria das mutações nas células comuns do corpo (como as dos órgãos, tecido conjuntivo e ossos) não sejam transmitidas aos filhos, as mutações nos espermatozoides e óvulos podem ser herdadas.