O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) poderá ultrapassar as fronteiras brasileiras a partir de 2026. O governo federal estuda aplicar a prova em países do Mercosul, como Argentina, Uruguai e Paraguai, em uma iniciativa voltada à integração educacional e à ampliação do acesso de estudantes estrangeiros às universidades brasileiras.
O anúncio foi feito neste domingo (16) pelo ministro da Educação, Camilo Santana, durante coletiva de imprensa após o encerramento do Enem 2025. Segundo ele, a aplicação internacional do exame deve ocorrer nas capitais Buenos Aires, Montevidéu e Assunção, e será feita em língua portuguesa.
"A ideia é ampliar o acesso às nossas universidades para alunos do Mercosul", afirmou Santana. Ele destacou que o projeto está em fase de estudos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), com conclusão prevista até março de 2026. Os dados obtidos nesse levantamento servirão de base para a definição das regras de participação, que poderão constar no edital do Enem ainda no primeiro semestre do próximo ano.
O presidente do Inep, Manuel Palácios, informou que a autarquia avalia diferentes formatos de aplicação, inclusive a versão digital da prova. A proposta busca estimar o número de estudantes interessados e calcular a demanda por vagas no ensino superior brasileiro.
"Para nós, é importante sabermos a expectativa de quantos alunos teríamos inscritos para a gente saber também a expectativa do que seria necessário ampliar de vagas nas nossas universidades", declarou o ministro.
A iniciativa dialoga com a retomada das obras da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), em Foz do Iguaçu (PR), que deve ser concluída também em 2026. Pensada para promover o intercâmbio acadêmico com países vizinhos, a instituição será uma das portas de entrada para alunos do Mercosul que utilizarem o Enem como critério de seleção.