
Trump ameaça a 'qualquer um que fizer negócios com a Rússia'

O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou neste domingo (16) impor sanções a todos os países que fazem negócios com a Rússia.
O mandatário fez as declarações durante uma conversa com jornalistas, ao ser questionado sobre uma possível lei do Congresso americano que "pressionaria a Rússia".
"Ouvi dizer que estão fazendo isso, e por mim tudo bem", respondeu ele. Segundo Trump, a iniciativa legislativa seria "muito rigorosa" e imporia sanções contra "qualquer país que faça negócios com a Rússia". "Podem incluir o Irã nessa lista (…). Eu sugeri", acrescentou.
"Qualquer país que faça negócios com a Rússia será severamente sancionado", prometeu o presidente.

EUA buscam novas sanções contra a Rússia
Anteriormente, foram relatadas discussões sobre uma legislação proposta pelo republicano Lindsey Graham* e pelo democrata Richard Blumenthal que permitiria a Trump impor tarifas secundárias de pelo menos 500% sobre países como China, Índia e Brasil, que continuam a comercializar com a Rússia. A proposta também contempla o aumento das tarifas para 500% ou mais sobre as importações restantes dos EUA provenientes da Rússia.
No final de outubro, o líder da maioria no Senado dos EUA, John Thune, afirmou que o projeto de lei para implementar novas sanções econômicas dos EUA contra a Rússia foi suspenso no Congresso, embora continue sendo uma medida possível.
Em 22 de outubro, os Estados Unidos anunciaram sanções contra as petrolíferas russas Rosneft e Lukoil e 34 de suas subsidiárias em resposta à "falta de compromisso sério da Rússia com um processo de paz para pôr fim" ao conflito ucraniano.
Já o secretário de Estado americano, Marco Rubio, admitiu que Washington praticamente esgotou sua capacidade de impor novas sanções contra a Rússia. O diplomata afirmou, em 13 de novembro, que as opções para aplicar novas restrições são agora muito limitadas.
Rússia aberta ao diálogo
Em setembro, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, alertou que a Ucrânia corre o risco de retornar à mesa de negociações em uma posição muito mais desconfortável. A Rússia afirma que continua aberta ao diálogo diplomático, mas que continuará com suas atividades militares enquanto Kiev se recusar a dialogar.
Como já destacou repetidamente o presidente russo, Vladimir Putin, um acordo duradouro só é possível após a eliminação das causas fundamentais do conflito, como a expansão da OTAN e as discriminações sofridas pelas populações russófonas na Ucrânia.
- Moscou tem reiteradamente afirmado que os próprios países que recorrem a medidas anti-Rússia sofrem as consequências.
- O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, alertou em junho que impor mais sanções à Rússia era "uma faca de dois gumes". "Quanto mais severo o pacote de sanções, que consideramos ilegal, mais severo o golpe no ombro, como um tiro", disse ele. Peskov acrescentou ainda que a Rússia só pode ser convidada à mesa de negociações "com lógica e argumentos" e não "por meio de qualquer tipo de pressão ou força".
* Lindsey Graham é considerado terrorista e extremista na Rússia.
