Israel não merece "nem mais um centavo" em assistência militar dos Estados Unidos por violar a lei internacional com suas operações na Faixa de Gaza, argumenta o senador americano Bernie Sanders, que adverte que Washington está cada vez mais sozinho em seu apoio ao país, que, segundo ele, está a caminho de se tornar uma "nação pária".
"Israel violou o direito internacional. Violou a lei dos EUA. E, na minha opinião, Israel não deveria receber mais nenhum centavo de ajuda militar dos EUA", declarou no domingo o legislador independente à NBC News.
O político de origem judaica citou uma cláusula da Lei de Assistência Estrangeira que proíbe qualquer entidade, estado ou país que bloqueie a ajuda humanitária dos EUA de continuar a receber ajuda militar dos EUA.
Referindo-se ao movimento palestino Hamas como "a terrível e repugnante organização terrorista que iniciou essa guerra", o legislador enfatizou que "o que Israel fez nos últimos sete meses não foi simplesmente travar uma guerra contra o Hamas, mas contra todo o povo palestino".
O senador enfatizou que "essa não é a maneira de conduzir uma guerra em uma sociedade civilizada, na medida em que a guerra é civilizada", depois de listar os "resultados catastróficos" da campanha militar israelense: 35.000 palestinos mortos e 77.000 feridos, dois terços deles mulheres e crianças, bem como a destruição de 60% das moradias, do abastecimento de água e eletricidade, dos sistemas de saúde e educação de Gaza e a perspectiva de fome para centenas de milhares de crianças.
Sanders também citou pesquisas que mostram que "o povo americano quer um cessar-fogo imediato" e "ajuda humanitária maciça" para o enclave palestino. "Os cidadãos de nosso país não querem ser cúmplices da fome de centenas de milhares de crianças", disse ele.
"Falando da comunidade internacional, estamos cada vez mais isolados em nosso apoio a Israel, que está se tornando uma nação pária", disse o senador.