Trump afirma ter tomado uma decisão sobre como agir em relação à Venezuela

Donald Trump garantiu aos jornalistas a bordo do Air Force One que já tomou uma decisão sobre como os EUA poderiam agir em relação à Venezuela, em meio às agressões americanas no Caribe.

"Tomei sim uma decisão. Não posso dizer qual será", afirmou o presidente americano. As declarações de Trump foram feitas no contexto do maior envio militar americano à região nas últimas três décadas, o que foi qualificado por Caracas como uma ameaça.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, advertiu na sexta-feira (15) que a agressão que o governo dos Estados Unidos está executando neste momento "é contra toda a América" e "contra toda a humanidade". "É precisamente o desprezo pelo direito público internacional, pelo direito humanitário internacional, o desprezo pelos povos e pela vida dos povos do mundo, que as correntes extremistas da direita nazi-fascista têm quando tomam o poder", afirmou.

Agressões dos Estados Unidos

• Em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, um submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, alegando sua suposta disposição em combater o narcotráfico. Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostos lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, deixando dezenas de mortos.

• Washington acusou Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto cartel de drogas. As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.

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• Em meados de outubro, o presidente dos EUA, Donald Trump, admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano. Em resposta, Maduro perguntou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos?" "Alguém acredita que a CIA não conspira contra o comandante [Hugo] Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.

• As ações e pressões de Washington foram classificadas por Caracas como uma agressão, que questiona a real razão por trás das operações.

• O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, supostamente para combater o narcotráfico, que resultaram em mais de 60 mortos. Especialistas e governos classificaram os ataques como execuções extrajudiciais. As ações e pressões de Washington foram classificadas por Caracas como uma agressão, que questiona a real razão por trás das operações.

• Os bombardeios também foram criticados pelos governos de países como Colômbia, México e Brasil, bem como por peritos da ONU, que afirmaram tratar-se de "execuções sumárias", em violação ao que consagra o direito internacional.