Brasil inaugura maior trilha sinalizada da América Latina

O governo Lula lançou nesta sexta-feira (14), em Belém (PA), durante a COP30, a Trilha Amazônia Atlântica, um trajeto de 468 quilômetros que cruza 17 municípios do Pará e 13 áreas protegidas. A iniciativa, conduzida pelos ministérios do Turismo e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, reúne conservação ambiental, turismo e geração de renda.

A trilha é composta por sete segmentos que percorrem unidades de conservação, territórios quilombolas e áreas de floresta, manguezal e campos naturais. A proposta é oferecer aos visitantes contato com culturas tradicionais e com a biodiversidade amazônica, além de impulsionar a economia local por meio do turismo.

Para a ministra do Turismo em exercício, Ana Carla Lopes, o protagonismo das comunidades é central. Ela destacou que diversos grupos locais passam a ter maior visibilidade: "Essa trilha vem de comunidades diversas, aquela comunidade que faz o artesanato, que faz o tacacá, que vende a comida. Ela é jogada em holofote por meio dessa trilha, e vai conseguir vender melhor, e para mais pessoas, e assim ter mais reconhecimento e pertencimento de território".

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A ministra também reforçou que o percurso foi criado com foco na conservação. "A trilha não desmata, ela conserva. Com ela a gente consegue trazer mais desenvolvimento, porque emprega mais gente, capacita mais gente, e de uma maneira completamente sustentável". 

A diretora substituta de Criação e Manejo de Unidades de Conservação do ICMBio, Carla Guaitanele, afirmou que o projeto consolida políticas públicas que integram comunidades e territórios. Para ela, a Rede de Trilhas se fortalece quando nasce da participação de moradores, municípios e povos tradicionais, refletindo a diversidade cultural e ambiental da região.

O percurso começa no centro histórico de Belém e segue por parques urbanos e áreas de mata até a Vila de Caraparu. Depois, avança por Castanhal, passa por quatro territórios quilombolas e continua pela antiga Estrada Belém–Bragança até Capanema. A rota inclui ainda Nova Olinda, Bragança, Augusto Corrêa e chega a Viseu, já próximo ao Maranhão, onde o mirante da Serra do Piriá marca o ponto final.

Para orientar os visitantes, o aplicativo eTrilhas reúne informações sobre serviços, contatos e detalhes dos trajetos. A expectativa inicial é de que cerca de 10 mil pessoas percorram a trilha no primeiro ano, seja a pé, de bicicleta ou a cavalo.