A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) acusou Israel de impedir deliberadamente a entrada de ajuda humanitária essencial na Faixa de Gaza, agravando a crise humanitária no território durante o prolongado conflito. A denúncia foi divulgada pela emissora Al Jazeera, na sexta-feira (14).
"A garantia do mandato e das operações da UNRWA é exigida pelo direito internacional; é vital para a sobrevivência de milhões de palestinos; e é necessária para uma solução política", afirmou o comissário-geral da agência, Philippe Lazzarini.
Segundo Lazzarini, a ONU enfrenta um colapso financeiro iminente após a suspensão de recursos por parte dos Estados Unidos. Ele alertou que não há garantia de pagamento de salários além de novembro, embora 12 mil trabalhadores locais sigam em atividade, prestando serviços essenciais em áreas como saúde, educação e abrigo.
Apesar de um acordo de cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos prever a entrada diária de 600 caminhões com suprimentos, de acordo com a Al Jazeera, apenas cerca de 150 têm sido autorizados a cruzar para Gaza. Isso tem deixado milhares de famílias sem acesso a itens básicos como lonas, tendas e alimentos.
A Organização das Nações Unidas já alertou para níveis catastróficos de fome, especialmente no norte da Faixa de Gaza, onde o acesso humanitário permanece severamente restrito.