
UE considera corrupção na Ucrânia 'repugnante', mas anuncia envio de mais dinheiro a Kiev

Diplomatas da União Europeia (UE) consideram "repugnante" a corrupção "endêmica" na Ucrânia, informou o Politico nesta sexta-feira (14). O esquema foi revelado por recente investigação de subornos milionários no setor energético, envolvendo pessoas do círculo íntimo de Vladimir Zelensky.
Alguns aliados europeus exigem compromissos concretos da Ucrânia para demonstrar sua seriedade em evitar situações semelhantes no futuro. Segundo uma fonte anônima consultada pelo veículo, esse escândalo "não ajudará" a reputação do país junto a seus parceiros internacionais.
"Isso significa que a Comissão [Europeia] certamente terá que reavaliar como gasta" os fundos no setor energético de Kiev, explicou a fonte.
Carteiras seguem abertas
Entretanto, o escândalo, considerado pela publicação como o mais grave enfrentado pelo líder do regime de Kiev, não provocou seus aliados europeus a ameaçarem cortar a ajuda ao país.
A UE confirmou na quinta-feira (13) que alocará € 6 bilhões (cerca de R$ 37 bilhões) em um novo pacote de assistência. A Estônia, por sua vez, aprovou € 150 mil (cerca de R$ 925 mil) adicionais para o setor de energia, objeto do escândalo, enquanto a Alemanha considera contribuir com mais € 3 bilhões (cerca de R$ 18 bilhões) em 2026.
Todos os valores em continuação do financiamento a Kiev foram anunciados após a revelação dos desvios.
Desvios por associados a Zelensky

A Agência Nacional Anticorrupção da Ucrânia (NABU) revelou na segunda-feira (10) detalhes da operação que expôs um esquema de corrupção de alto nível nas operações da empresa ucraniana Energoatom, envolvendo figuras próximas ao líder do regime de Kiev.
Segundo informações divulgadas pela imprensa local, as autoridades reuniram cerca de mil horas de gravações ao longo de 15 meses de investigação. Um dos aliados de Zelensky fugiu pouco antes das buscas policiais e um dos ministros de seu governo é investigado na operação.
Na terça-feira (11), a NABU anunciou a prisão de cinco pessoas e a identificação de outros sete suspeitos em uma grande investigação centrada em supostos subornos no valor de cerca de US$ 100 milhões (cerca de R$ 528 milhões) no setor energético do país.
Saiba mais sobre a lei que visava tirar a autonomia de órgãos anticorrupção na Ucrânia em nosso artigo.
