O Kremlin espera que os Estados Unidos não tomem medidas que possam desestabilizar a situação na Venezuela e no Caribe, declarou nesta sexta-feira (14) o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov.
O porta-voz também expressou esperança de que "tudo seja feito de acordo com o direito internacional, apesar do direito internacional se encontrar atualmente, em muitos pontos do mundo, em um estado lamentável".
Peskov fez a declaração ao comentar o anúncio da "Operação Lança do Sul" pelo Pentágono. De acordo com o secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth, a missão visa "eliminar os narcoterroristas do nosso hemisfério e proteger nossa pátria das drogas que estão matando nosso povo".
Agressões dos Estados Unidos
Em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, um submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, alegando sua suposta disposição em combater o narcotráfico. Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostos lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, deixando dezenas de mortos.
Washington acusou o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto cartel de drogas. As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
Em meados de outubro, o presidente dos EUA, Donald Trump, admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano. Em resposta, Maduro perguntou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos?" "Alguém acredita que a CIA não conspira contra o comandante [Hugo] Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.
As ações e pressões de Washington foram classificadas por Caracas como uma agressão, que questiona a real razão por trás das operações.
O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, supostamente para combater o narcotráfico, que resultaram em mais de 60 mortos. Especialistas e governos classificaram os ataques como execuções extrajudiciais. As ações e pressões de Washington foram classificadas por Caracas como uma agressão, que questiona a real razão por trás das operações.
Os bombardeios também foram criticados pelos governos de países como Colômbia, México e Brasil, bem como por peritos da ONU, que afirmaram tratar-se de "execuções sumárias", em violação ao que consagra o direito internacional.