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Ex-presidente do INSS recebia R$ 250 mil mensais de propina, afirma Polícia Federal

As investigações apontam que Stefanutto utilizava empresas de fachada para receber dinheiro sujo em troca de sua influência.
Ex-presidente do INSS recebia R$ 250 mil mensais de propina, afirma Polícia FederalLula Marques/ Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) denunciou em relatório de investigação que o ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) Alessandro Stefanutto recebia R$ 250 mil mensais em propina no esquema de descontos não autorizados nos benefícios de aposentados e pensionistas. 

Segundo a Agência Brasil, a polícia alega que, para receber propina, o ex-presidente utilizava empresas de fachada, como uma pizzaria, uma imobiliária e um escritório de advocacia.

Stefanutto tinha influência na Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafe) e a propina foi necessária para manter as fraudes de descontos não autorizados, já que, sem o apoio deles, "seria impossível continuar com uma fraude de tamanha magnitude".

"Ficou claro que, em troca de sua influência, Stefanutto recebia propinas recorrentes, utilizando diversas empresas de fachada para ocultar os valores. O valor mensal de sua propina aumentou significativamente para R$ 250 mil após assumir a presidência do INSS. Seus pagamentos provinham diretamente do escoamento da fraude em massa da Conafer", afirmou a PF.

A investigação revelou ainda que grande parte dos pagamentos foram feitas entre junho de 2023 e setembro de 2024. 

Alessandro Stefanutto foi preso na quinta-feira (13) em uma nova fase da Operação Sem Desconto da Polícia Federal, que investiga um esquema de descontos irregulares em aposentadorias e pensões.