
BBC pede desculpas a Trump por 'erro de julgamento'

A BBC emitiu um pedido formal de desculpas ao presidente dos EUA, Donald Trump, em relação a um segmento de seu principal programa investigativo, Panorama, que utilizou trechos editados de um discurso proferido por ele em janeiro de 2021.
Embora tenha expressado pesar por um "erro de julgamento", a emissora rejeitou firmemente as exigências de compensação financeira, afirmando que não reexibirá o episódio controverso.

Em sua seção de "Correções e Esclarecimentos", a emissora admitiu que sua edição "mostrou trechos de diferentes partes do discurso" e, portanto, "criou involuntariamente a impressão de uma sequência contínua, sugerindo erroneamente que o presidente Trump havia feito um apelo direto à violência".
"A BBC deseja se desculpar com o presidente Trump por este erro de julgamento", acrescentou.
Um porta-voz da BBC confirmou que os advogados da emissora responderam formalmente à equipe jurídica de Donald Trump. O presidente da BBC, Samir Shah, enviou uma carta pessoal à Casa Branca, na qual "deixou claro ao presidente Trump que tanto ele quanto a emissora lamentam a edição do discurso do presidente de 6 de janeiro de 2021, que foi incluído no programa", afirmou o porta-voz.
No entanto, a emissora britânica manteve sua posição firme no âmbito jurídico. O porta-voz acrescentou: "Embora a BBC lamente sinceramente a forma como o vídeo foi editado, discordamos veementemente que haja qualquer fundamento para um processo por difamação."
Manipulações reveladas e demissões
No início de novembro, o jornal The Telegraph apontou que três cenas do discurso de Trump, proferido em 6 de janeiro de 2021, foram alteradas e combinadas no documentário "Trump: Uma Segunda Chance?", exibido uma semana antes da eleição presidencial americana do ano passado.
Um relatório interno do ex-consultor externo do comitê de padrões da BBC, Michael Prescott, concluiu que o programa "Panorama" manipulou imagens para retratar Trump como um líder enfurecido, incitando violência contra o Capitólio.
As reportagens provocaram críticas à emissora no Reino Unido e nos EUA, levando à renúncia de dois altos executivos da BBC.

