Estados Unidos anunciam 'Operação Lança do Sul' para combater 'narcoterroristas'

O secretário de Guerra dos Estados Unidos, Pete Hegseth, anunciou nesta quinta-feira (13) o início de uma nova operação contra "narcoterroristas do nosso hemisfério", com o objetivo de "proteger nossa nação das drogas que matam nosso povo". Segundo Hegseth, a operação intitulada 'Lança do Sul' foi ordenada pelo presidente Donald Trump.

"O Hemisfério Ocidental é vizinho da América - e nós vamos protegê-lo", escreveu o secretário em uma publicação na rede social X.

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Deslocamento militar sem precedentes

No fim do mês de outubro, o maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald R. Ford, foi enviado ao Caribe, na área de influência do Comando Sul. Segundo as autoridades, o envio foi ordenado de acordo com as determinações de Trump para "desmantelar organizações criminosas transnacionais e combater o narcoterrorismo em defesa da pátria", ações que têm sido realizadas perto da costa da Venezuela.

O porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, afirmou que o envio do navio "fortalecerá a capacidade dos EUA de detectar, monitorar e interromper agentes e atividades ilícitas". O Gerald R. Ford está com mais de 4 mil fuzileiros navais e dezenas de aeronaves táticas, e pode "catapultar, lançar e recuperar simultaneamente aeronaves de asa fixa no seu convés de voo".

Agressões dos Estados Unidos

• Em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, um submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, alegando sua suposta disposição em combater o narcotráfico. Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostos lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, deixando dezenas de mortos.

• Washington acusou Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto cartel de drogas. As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.

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• Em meados de outubro, o presidente dos EUA, Donald Trump, admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano. Em resposta, Maduro perguntou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos?" "Alguém acredita que a CIA não conspira contra o comandante [Hugo] Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.

• As ações e pressões de Washington foram classificadas por Caracas como uma agressão, que questiona a real razão por trás das operações.

• O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, supostamente para combater o narcotráfico, que resultaram em mais de 60 mortos. Especialistas e governos classificaram os ataques como execuções extrajudiciais. As ações e pressões de Washington foram classificadas por Caracas como uma agressão, que questiona a real razão por trás das operações.

• Os bombardeios também foram criticados pelos governos de países como Colômbia, México e Brasil, bem como por peritos da ONU, que afirmaram tratar-se de "execuções sumárias", em violação ao que consagra o direito internacional.