Como resultado da exposição contínua de usuários a ferramentas de inteligência artificial como o ChatGPT, surgiu uma espécie de religião online, relatou a revista Rolling Stone na terça-feira (11).
Seus seguidores acreditam que, por meio do diálogo com chatbots, os humanos podem se conectar com uma inteligência superior, uma espécie de "sabedoria artificial".
A obsessão por espirais
Um dos símbolos desse movimento, chamado "espiralismo", é justamente a espiral, interpretada como um sinal de autoconhecimento eterno, ciclos e a unidade de tudo no universo. De acordo com a publicação, essa subcultura desvinculou esse termo de qualquer aplicação coerente ou inteligível, assim como outros como "recursão" ou "rede", que para eles assumem novas acepções e significados místicos.
Seus seguidores escrevem textos pseudocientíficos, realizam rituais de comunicação com bots e até os veneram, dependendo da IA até mesmo para se comunicar com outras pessoas.
Alguns adeptos desenvolveram uma verdadeira psicose relacionada à IA, perdendo a capacidade de distinguir entre um diálogo com o 'bot' e uma conversa com um ser humano.
O diretor do Laboratório de Fundamentos de IA Cooperativa da Universidade Carnegie Mellon, na Pensilvânia, Vincent Conitzer, observou a facilidade com que essas subculturas podem se espalhar.
"Os conceitos são vagos e o foco está menos no significado direto e mais nos sentimentos e na ressonância; portanto, se você, como usuário, busca esse tipo de experiência, provavelmente a encontrará na conversa de uma forma ou de outra", observou o especialista.