Nesta quarta-feira (15/5), Washington aumentou significantemente as tensões comerciais com Pequim e estabeleceu uma tarifa de 100% contra veículos elétricos chineses, noticiou a AP. O meio também mostra que novas tarifas foram impostas contra semicondutores e equipamentos solares e do campo médicos chineses.
A medida seria motivada pelo desejo de Joe Biden de sinalizar aos eleitores de estados norte-americanos industrializados que medidas estão sendo tomadas para "proteger empregos" contra "ameaças à indústria automotiva norte-americana". Anteriormente, em um comício na Pensilvânia, o democrata havia anunciado que objetivava triplicar as tarifas contra o alumínio e o aço chinês.
Nos últimos meses, os Estados Unidos, bem como outros países do Ocidente, pressionam a China a tomar medidas para lidar com a sua "supercapacidade" - um fenômeno que ocorre quando a produção de determinado setor excede de modo significativo a demanda (seja por subsídios ou pelo excesso de oferta), levando a um excedente de mercadorias a preços baratos no mercado global.
''O comércio diversifica as opções dos consumidores. Se os países produzissem apenas o suficiente para atender à sua demanda interna, não haveria comércio internacional'', escreve o analista Xin Ping na agência chinesa Xinhua ao rebater as acusações de Janet Yellen, secretária do tesouro norte-americano que acusa a China de "distorcer preços globais" e "prejudicar companhias e trabalhadores norte-americanos".
''À medida que a China cresce e sobe na cadeia de valor global, o Ocidente fica chocado com sua capacidade emergente e competitividade de mercado. Não houve reclamações sobre o "excesso de capacidade" da China no passado porque os capitalistas tinham interesses particulares [na globalização], argumenta Ping.
As novas medidas adotadas pelo Governo Biden representariam a quadruplicação das tarifas impostas por Washington contra os veículos elétricos chineses (anteriormente de 25%). Tais medidas protecionistas, no entanto, não parecem funcionar efetivamente contra a China, ao passo que produtos fabricados no país continuam a penetrar o mercado norte-americano através do México.