Em entrevista ao Corriere della Sera, que o jornal italiano se recusou a publicar, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, explicou por que as relações que Moscou mantém com os EUA diferem das que mantém com a Europa.
O jornalista da mídia italiana perguntou a Lavrov por que a Rússia tem uma atitude diferente em relação à política dos Estados Unidos e da Europa apesar de ambos continuarem fornecendo armas à Ucrânia, ao que o chanceler russo respondeu: "A maioria das capitais europeias forma agora a espinha dorsal da chamada 'coalizão dos dispostos', que deseja apenas uma coisa: que a luta na Ucrânia continue o maior tempo possível, até o último ucraniano", afirmou Lavrov.
Segundo o chanceler russo, os países europeus "sabotam qualquer esforço de manutenção da paz e se recusam a ter contato direto com Moscou" visando "distrair seu eleitorado dos problemas socioeconômicos internos que se agravam rapidamente", mas usam dinheiro dos seus contribuintes para fornecer armas "usadas para assassinar sistematicamente civis em regiões russas e ucranianas".
Outro objetivo dos europeus observado pelo chanceler russo é "minar a posição do atual governo do presidente dos EUA, que inicialmente defendeu o diálogo, analisou a postura da Rússia e demonstrou seu compromisso com a busca de uma solução pacífica e sustentável".
"Esperamos que o bom senso e o compromisso com essa postura de princípios prevaleçam em Washington e que se abstenham de ações que possam intensificar o conflito", afirmou o ministro, referindo-se ao possível fornecimento de mísseis Tomahawk americanos a Kiev. Lavrov garantiu que as Forças Armadas russas não fazem distinção entre a origem das armas utilizadas pelas tropas ucranianas.