Um esquema de corrupção no setor de energia da Ucrânia, que teria movimentado cerca de R$ 527 milhões, está sob investigação das autoridades do país. Entre os suspeitos, estão a atual ministra de Energia, Svetlana Grinchuk, e seu antecessor no cargo, Guerman Galushchenko, atual ministro da Justiça, temporariamente afastado de suas funções.
De acordo com o deputado Yaroslav Zheleznyak, documentos da Promotoria Anticorrupção da Ucrânia revelam vínculos pessoais entre os dois. Zheleznyak afirmou que Grinchuk passou diversas noites na residência de Galushchenko.
"Segundo o protocolo de observação visual, Grinchuk passou a noite de 23 para 24 de julho na casa de Galushchenko. Em 28 de julho, voltou a fazê-lo e abriu a porta com sua chave", disse Zheleznyak nesta quarta-feira (12).
Ambos apresentaram pedido de demissão, que será avaliado pelo Parlamento ucraniano em 18 de novembro. A Agência Nacional Anticorrupção (NABU), responsável pelo caso, informou ter detido cinco pessoas e identificado outras sete. O órgão destacou que foram "15 meses de trabalho e mil horas de gravações de áudio" para documentar as atividades de uma "organização criminosa de alto nível".
A Promotoria também acusa o empresário Timur Mindich, apontado pela imprensa local como operador financeiro do líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, de chefiar o esquema.
Segundo veículos internacionais, um fiscal afirmou que "Mindich exerceu controle sobre a acumulação, distribuição e legalização do dinheiro obtido". O empresário teria deixado o país pouco antes de as autoridades realizarem buscas em sua residência.
Entre os demais investigados estão os irmãos Mikhail e Alexander Zukerman, ligados aos negócios de Mindich e ao estúdio de comédia Kvartal 95, fundado por Zelensky antes de ingressar na política. De acordo com Zheleznyak, ambos também teriam deixado a Ucrânia.