Notícias

Caracas agradece à Duma Estatal Russa por condenar presença militar dos EUA no Caribe

'A Venezuela valoriza profundamente a firme solidariedade da Rússia na defesa da nossa soberania', afirmou o chanceler da Venezuela.
Caracas agradece à Duma Estatal Russa por condenar presença militar dos EUA no CaribeGettyimages.ru / Javier Campos

O governo da Venezuela agradeceu nesta terça-feira (11) à Duma Estatal da Rússia por seu apelo à comunidade internacional, aos parlamentos e ao sistema das Nações Unidas por condenar o aumento da presença militar dos Estados Unidos no Mar do Caribe.

O agradecimento foi expresso pelo ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, através do Telegram, onde também agradeceu à Rússia por alertar internacionalmente sobre "as ameaças dirigidas contra a Venezuela e os ataques contra embarcações, que foram classificados como execuções extrajudiciais por especialistas da ONU".

"A Venezuela valoriza profundamente a firme solidariedade da Rússia na defesa de nossa soberania", acrescentou o diplomata em nome do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que advertiu na segunda-feira (10) aos EUA que qualquer tipo de ataque armado contra seu país receberá uma resposta categórica tanto da Força Armada Nacional Bolivariana quanto do povo venezuelano, organizado em milícias e comitês de diversos tipos.

Agressões por parte dos EUA

  • Desde agosto passado, os EUA enviaram navios de guerra, um submarino, aviões de combate e tropas para as costas da Venezuela, com o alegado objetivo de "combater o narcotráfico". Desde então, realizaram vários bombardeios contra supostas lanchas de narcotraficantes no Mar do Caribe e no Oceano Pacífico, que deixaram dezenas de mortos.
  • Paralelamente, Washington acusou o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, sem provas ou fundamentos, de liderar um suposto cartel de tráfico de drogas. Neste contexto, a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, duplicou a recompensa por informações que levem à sua prisão.
  • Em meados de outubro, Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano. Em resposta, Maduro perguntou: "Alguém pode acreditar que a CIA não está operando na Venezuela há 60 anos? Alguém pode acreditar que a CIA não conspira há 26 anos contra o comandante [Hugo] Chávez e contra mim?".
  • As ações e pressões de Washington foram classificadas por Caracas como uma agressão, questionando a verdadeira razão das operações.
  • Essa postura também foi defendida pelo representante permanente da Rússia nas Nações Unidas, Vasili Nebenzia, que em uma reunião do Conselho de Segurança afirmou que as ações dos EUA no Caribe não são exercícios militares comuns, mas uma "campanha descarada de pressão política, militar e psicológica contra o governo de um Estado independente".
  • O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios perpetrados pelos EUA contra pequenas embarcações, que deixaram mais de 60 pessoas mortas.
  • Os bombardeios contra barcos de pequeno porte também foram repudiados pelos governos da Colômbia, México e Brasil, bem como por especialistas da ONU, que apontaram que se trata de "execuções sumárias" contrárias ao que consagra o direito internacional.