'Me rendi para sobreviver': prisioneiro ucraniano relata como soldados russos salvaram sua vida

Em um vídeo divulgado pelo Ministério da Defesa russo, o soldado ucraniano Evgeny Kiptilyi descreveu como foi recrutado para a frente de batalha pelos recrutadores de seu país e por que decidiu se render às tropas russas, que posteriormente salvaram sua vida.

'É mais fácil se render', diz soldado ucraniano sobre cerco russo em cidade estratégica

Kiptilyi foi capturado em Krasnoarmeisk e contou que, durante o combate, um soldado russo se aproximou, mas, em vez de atirar, simplesmente decidiu depor as armas.

"Decidi me render para sobreviver pela minha família, pelos meus filhos, por mim mesmo. E porque simplesmente quero viver. Viver em paz, viver bem, nada mais", disse ele.

O homem também enfatizou que soldados russos salvaram sua vida quando, ao recuar de um campo de batalha, ele pisou em uma mina, que explodiu e o feriu na perna. Ele recebeu os primeiros socorros e foi levado para um local seguro. Ele acrescentou que os soldados russos tratam bem os prisioneiros.

Em seu depoimento, ele descreveu como as Forças Armadas Ucranianas o enganaram, enviando-o para a frente de batalha, apesar de inicialmente lhe terem prometido uma posição na retaguarda.

De acordo com Kiptilyi, recrutadores o abordaram em um ponto de ônibus enquanto ele esperava o ônibus depois do trabalho para visitar sua família. Ele passou por uma comissão de mobilização e passou duas semanas em um centro de treinamento, após o que foi enviado para a "linha de frente" para participar de operações de combate.

"Disseram-me: 'Você vai ficar sentado lá atrás. Vai ficar tudo bem.' Mentiram para mim, e duas semanas depois eu estava na linha de frente. Enquanto estávamos lá, não havia suprimentos, munição, água nem comida".

Ucrânia reconheceu "situação complicada"

Em outubro, o comandante em chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Alexander Syrsky, reconheceu que "a situação é complicada".

"A situação operacional na frente de batalha continua desafiadora", escreveu o oficial de alta patente no Telegram. Ele acrescentou que o exército de Kiev está concentrando seus "principais esforços em suprimir" os russos.

• No final de outubro, as autoridades russas relataram que cerca de 5 mil soldados ucranianos ficaram cercados ao redor da cidade estratégica de Kupyansk e 5,5 mil ao redor de Krasnoarmeisk. As forças russas frustraram dezenas de tentativas dos soldados ucranianos de romper o cerco.
• Na semana passada, alguns dos soldados ucranianos cercados pelo exército russo em Krasnoarmeisk começaram a se render. Dois deles descreveram as condições terríveis do cerco e a indiferença do comando ucraniano, e apelaram para que os que ainda estavam presos se rendessem. "Suponho que não haja mais nada que se possa fazer aí. Não vejo sentido em resistir e continuar firme. Sugiro que todos se rendam. Assim vocês sobreviverão. Caso contrário, morrerão. É só isso. É muito simples", disse Vyacheslav Krevenko.