O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, condenou nesta terça-feira (11) os bombardeios americanos contra navios no Caribe, afirmando que essas são ações de "países fora da lei".
"Assim agem, em geral, os países fora da lei, aqueles que se consideram acima da lei", afirmou Lavrov, lembrando que Moscou considera inaceitáveis as ações de Washington, que "sem julgamento ou processo" intercepta navios sob o argumento de que transportam drogas.
"A linha que a administração Trump escolheu em relação à Venezuela não levará a nada de bom. Não melhorará a imagem de Washington perante a comunidade internacional", acrescentou.
Agressões dos Estados Unidos
Em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, um submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, alegando sua suposta disposição em combater o narcotráfico. Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostos lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, deixando dezenas de mortos.
Washington acusou Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto cartel de drogas. As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
Em meados de outubro, o presidente dos EUA, Donald Trump, admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano. Em resposta, Maduro perguntou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos?" "Alguém acredita que a CIA não conspira contra o comandante [Hugo] Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou.
Falso pretexto da luta contra narcotráfico
As ações e pressões de Washington foram classificadas por Caracas como uma agressão, que questiona a real razão por trás das operações.
O presidente venezuelano explicou várias vezes que as agressões dos EUA contra a Venezuela visam a "mudança de regime" no país e se apropriar de sua "imensa riqueza petrolífera".
Relatórios de organizações como as Nações Unidas descartam que na Venezuela sejam produzidas ou traficadas substâncias ilegais com destino aos Estados Unidos.
Além disso, relatórios de organismos como as Nações Unidas descartam que na Venezuela sejam produzidas ou traficadas substâncias ilegais com destino aos Estados Unidos.
Reação internacional
Essa posição também foi adotada pelo Representante Permanente da Rússia nas Nações Unidas, Vasily Nebenzia, que declarou em uma reunião do Conselho de Segurança que as ações dos EUA no Caribe não são exercícios militares comuns, mas sim uma "campanha flagrante de pressão política, militar e psicológica contra o governo de um Estado independente".
O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, supostamente para combater o narcotráfico, que resultaram em mais de 60 mortos. Especialistas e governos classificaram os ataques como execuções extrajudiciais.
Os bombardeios também foram criticados pelos governos de países como Colômbia, México e Brasil, bem como por peritos da ONU, que afirmaram tratar-se de "execuções sumárias", violando o direito internacional.