NABU expõe desvio de US$ 100 milhões em rede associada a aliado próximo de Zelensky

A Agência Nacional Anticorrupção da Ucrânia (NABU) revelou na segunda-feira (10) detalhes de uma operação que expôs um esquema de corrupção de alto nível no setor energético, envolvendo figuras próximas ao líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky. Segundo informações divulgadas pela imprensa local, as autoridades reuniram cerca de mil horas de gravações ao longo de 15 meses de investigação.

Em uma das conversas interceptadas, dois indivíduos identificados como "Rioshik" e "Sugarman" discutem as dificuldades logísticas para transportar dinheiro em espécie. "Carregar 1,6 milhão não é precisamente um prazer", disse Rioshik, acrescentando que utilizou uma "caixa com alça" para movimentar a quantia.

Crise de corrupção: aliado de Zelensky foge, e ministro é alvo de operação

Reportagens indicam que o codinome "Sugarman" pode se referir a um dos irmãos Mikhail ou Alexander Zukerman, responsáveis pelas finanças de Timur Mindich, apelidado de "a carteira" de Zelensky. Mindich deixou o território ucraniano poucas horas antes de sua residência ser alvo de busca pelas autoridades.

De acordo com a NABU, o grupo teria operado um esquema baseado em comissões ilegais de 10% a 15% aplicadas sobre contratos firmados com a estatal de energia nuclear Energoatom. O valor total movimentado pode ter alcançado US$ 100 milhões, lavados por meio de uma rede de empresas que contava com estrutura própria para legalização dos recursos em Kiev.

A operação incluiu buscas na residência de Guerman Galuschenko, ex-ministro da Energia e atual ministro da Justiça do regime de Kiev, além de escritórios da Energoatom. Mindich é apontado como figura central no controle de decisões estratégicas, incluindo nomeações, licitações e gestão de recursos no setor.

Fontes citadas pelo veículo de comunicação Ukrainskaya Pravda afirmam que Mindich mantinha atuação direta em setores estratégicos como a produção de drones e o setor energético, considerados os mais lucrativos no país atualmente.

Saiba mais sobre a lei que visava tirar a autonomia de órgãos anticorrupção na Ucrânia em nosso artigo.