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Polícia Federal vê retrocesso em relatório sobre combate ao crime organizado

Nota pública diz que proposta pode inviabilizar investigações contra organizações criminosas.
Polícia Federal vê retrocesso em relatório sobre combate ao crime organizadoMarcos Oliveira/Agência Senado

A Polícia Federal divulgou nesta segunda-feira (10) uma nota pública em que manifesta "preocupação" com as mudanças incluídas no relatório do Projeto de Lei Antifacção, que atualmente está em debate no Congresso Nacional. Segundo o texto, as alterações colocam em risco o combate ao crime organizado no país.

A proposta original, encaminhada pelo Governo do Brasil, previa o endurecimento das ações contra organizações criminosas e o fortalecimento das instituições responsáveis pela repressão a esse tipo de atividade.

No entanto, de acordo com a corporação, o relatório apresentado altera esse objetivo ao modificar de forma significativa as competências da Polícia Federal.

Entre os pontos destacados, a nota alerta que, conforme o novo texto, a execução de operações da PF passaria a depender de solicitação expressa dos governos estaduais onde as ações ocorreriam. A Polícia Federal afirma que isso "constitui um risco real de enfraquecimento no combate ao crime organizado".

Além disso, a corporação afirma que a proposta representa um retrocesso, ao restringir sua atuação e suprimir atribuições legais. "Essa alteração, somada à supressão de competências da Polícia Federal, compromete o alcance e os resultados das investigações", diz o comunicado.

A PF lembra que, em agosto, realizou "a maior operação contra o crime organizado da história do país", e que, caso as novas regras estivessem em vigor, ações semelhantes poderiam estar comprometidas. "Operações como essa estariam sob ameaça de não ocorrerem ou de terem seus efeitos severamente limitados", alerta o texto.

Ao final da nota, a corporação afirma que continuará atuando em defesa de suas atribuições constitucionais e da autonomia funcional "a fim de garantir o cumprimento da lei e a defesa da sociedade brasileira".