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China reage às recentes declarações de Santiago Peña

O mandatário paraguaio afirmou ter sido aconselhado pelo presidente Lula da Silva a estabelecer relações com a China.
China reage às recentes declarações de Santiago PeñaGettyimages.ru / Giovanni Mereghetti/UCG/Universal Images Group

Durante uma conferência de imprensa realizada na terça-feira, Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, comentou sobre as recentes declarações do presidente paraguaio Santiago Peña. O mandatário sul-americano afirmou à imprensa japonesa, na semana passada, que foi aconselhado pelo presidente Lula da Silva a estabelecer relações com a China.

"Defender o princípio de uma só China é a coisa certa a fazer, e é onde a opinião pública global e o arco da história se inclinam. Esperamos que o líder do país em questão siga a tendência da história e a aspiração do povo, fique do lado certo da história o mais cedo possível, junte-se à maioria esmagadora da comunidade internacional e tome a decisão certa que atenda aos interesses fundamentais e de longo prazo do país", declarou o porta-voz.

O Paraguai é um dos únicos países do mundo (e o único na América do Sul) a reconhecer a região de Taiwan como um estado soberano, e isso coloca em cheque não somente o seu relacionamento com a China, mas também as aspirações de agentes domésticos.

A decisão de Assunção em não reconhecer a legitimidade e não possuir relações diplomáticas com Pequim cria um cenário de incerteza para empresas chinesas, que não se veem dispostas a investir no país. Em razão disso, os paraguaios deixam de estabelecer diálogos importantes no setor pecuário e de energia verde - que pressionam o Governo a repensar sua política externa. 

De acordo com Wang Youming, diretor do Instituto de Países em Desenvolvimento do Instituto de Estudos Internacionais da China em Pequim, a postura do Paraguai obstrui a "eficiência máxima" e a "credibilidade" das relações sino-paraguaias. Para ele, esse cenário seria superado somente através de um "avanço paradigmático na estrutura de cooperação política".