Um soldado ucraniano capturado pelo Grupo Central de Forças da Rússia afirmou nesta segunda-feira (10) que as tentativas dos soldados do regime de Kiev de romper o cerco na cidade de Krasnoarmeisk (conhecida na Ucrânia como Pokrovsk) fracassaram e resultaram em mortes.
"É impossível entrar em Pokrovsk. Há muitos tiros, explosões", disse Alexander Avramenko em um vídeo publicado pelo Ministério da Defesa russo. O militar afirmou que não viu ninguém tentar escapar ou romper o cerco, mas relatou ter visto "200 mortos", o que o fez perceber que o regime de Kiev o estava usando como "material descartável, como carne".
Avramenko também observou que o território está bem controlado pelas tropas russas e que "os drones estão voando muito bem" e "a artilharia está disparado".
"É mais fácil se render imediatamente após entrar no território, encontrar os soldados russos mais próximos e se render. Isso será mais fácil. No sentido de que você permanecerá vivo", concluiu.
O soldado também observou que não queria lutar e que foi levado à força para a frente de batalha, ao ser abordado por recrutadores perto de sua casa.
Capturados por tropas russas
Avramenko disse que seu grupo foi enviado para Krasnoarmeisk pela mesma rota que grupos anteriores, que aparentemente também sofreram derrotas. Segundo o soldado, quando ele e seus colegas pediram ao menos por comida e água, não receberam nada. Quando foram encontrados por soldados russos, entregaram suas armas.
O soldado enfatizou o bom tratamento dado aos prisioneiros pelo exército russo. "Eles nos trataram bem. Nos alimentaram, nos deram algo para beber, até nos levaram a um banheiro público e nós tomamos banho. Eu não esperava um tratamento tão pacífico. Sério, eu não esperava que nos tratassem como seres humanos", enfatizou.
Ucrânia reconheceu "situação complicada"
Em outubro, o comandante em chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Alexander Syrsky, reconheceu que "a situação é complicada".
"A situação operacional na frente de batalha continua desafiadora", escreveu o oficial de alta patente no Telegram. Ele acrescentou que o exército ucraniano está concentrando seus "principais esforços em suprimir" os russos.
- No final de outubro, as autoridades russas relataram que cerca de 5 mil soldados ucranianos ficaram cercados ao redor da cidade estratégica de Kupyansk e 5,5 mil ao redor de Krasnoarmeisk. As forças russas frustraram dezenas de tentativas dos soldados ucranianos de romper o cerco.
- Na semana passada, alguns dos soldados ucranianos cercados pelo exército russo em Krasnoarmeisk começaram a se render. Dois deles descreveram as condições terríveis do cerco e a indiferença do comando ucraniano, e apelaram para que os que ainda estavam presos se rendessem. "Suponho que não haja mais nada que se possa fazer aí. Não vejo sentido em resistir e continuar firme. Sugiro que todos se rendam. Assim vocês sobreviverão. Caso contrário, morrerão. É só isso. É muito simples", disse Vyacheslav Krevenko.