
Influenciadora do Mali é sequestrada e executada publicamente por postar vídeo no TikTok

Uma jovem "tiktoker" foi sequestrada por supostos jihadistas no norte do Mali e depois executada publicamente por ter feito publicações na rede social, informou no domingo (9) o portal Barrons, citando a família da vítima e as autoridades locais ouvidas pela agência AFP.

Mariam Cisse compartilhou, com seus 90 mil seguidores, vídeos sobre a cidade de Tonka, localizada na região de Tombuctu, mas os sequestradores a acusaram de colaborar com o Exército.
"Minha irmã foi detida na quinta-feira pelos jihadistas", alegou o irmão dela, acrescentando que Cisse havia sido acusada de "informar ao Exército malinês sobre as ações [do grupo]". Ele indicou que, no dia seguinte, levaram a jovem de moto para Tonka, onde ela foi baleada na Praça da Independência. "Eu estava na multidão", disse o irmão.
Uma fonte de segurança também confirmou que a mulher "foi assassinada em uma praça pública de Tonka por jihadistas que a acusavam de tê-los filmado para o exército malinês". Um funcionário local classificou o incidente como um "ato bárbaro".
O conflito no Mali começou em 2012, quando grupos tuaregues e jihadistas se rebelaram contra o governo central visando obter autonomia e criar um Estado independente no norte do país. A intervenção internacional, incluindo a operação francesa e a missão de paz da ONU, ajudou a recuperar o controle de parte da área, mas a violência e a instabilidade continuam.
- Em setembro, combatentes do Grupo de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos (JNIM*), organização jihadista ligada à Al-Qaeda, impuseram um bloqueio no fornecimento de combustível que obrigou o governo a fechar escolas e impediu a colheita em diversas regiões.
*Classificado como uma organização terrorista no território da Rússia e proibido no país.
