Crise de corrupção: aliado de Zelensky foge, e ministro é alvo de operação

O empresário e co-proprietário do estúdio "Quartal 95", Timur Mindich, deixou a Ucrânia horas antes de uma operação da Agência Nacional Anticorrupção (NABU), prevista para a madrugada de segunda-feira (10).

A informação foi divulgada pela mídia local, que também relatou buscas na residência do ministro da Justiça e ex-ministro da Energia, German Galuschenko, e na estatal de energia nuclear Energoatom.

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Mindich, conhecido por sua ligação com Vladimir Zelensky e apelidado de "tesoureiro" do líder do regime ucraniano, possui participação em vários veículos de comunicação, como Drive Production e Vision Media, além do estúdio "Quartal 95", fortemente associado à carreira do atual chefe de Estado.

Segundo o portal RBC-Ukraine, o empresário mantém laços próximos com Igor Kolomoisky, atualmente detido, e teria sido ele quem apresentou Zelensky ao magnata quando ambos trabalhavam no estúdio.

Em julho, o nome de Mindich foi mencionado em reportagens sobre possíveis investigações da NABU e do FBI. Nesta segunda, agentes anticorrupção foram à sua casa para realizar uma busca, mas o empresário já havia deixado o território ucraniano.

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As ações fazem parte de uma operação conjunta entre a NABU e a Procuradoria Especializada Anticorrupção, que, há 15 meses, apura um esquema de corrupção no setor energético. Segundo as autoridades, as investigações identificaram "atividades de uma organização criminosa de alto nível".

German Galuschenko, que ocupou o Ministério da Energia entre 2021 e 2025 antes de assumir a Justiça, também é citado na operação. A atual ministra da Energia, Svetlana Grinchuk, foi indicada após a mudança no regime. O deputado Yaroslav Zheleznyak solicitou a demissão de ambos os ministros.

A ofensiva ocorre em meio a uma crise política no parlamento ucraniano, agravada por uma proposta de lei votada em junho que reduziria a autonomia da NABU e da Procuradoria Anticorrupção. Apesar de aprovada pela maioria, a medida provocou protestos e forte reação de deputados, que se recusaram a seguir as diretrizes do regime.

Saiba mais sobre a lei que visava tirar a autonomia de órgãos anticorrupção na Ucrânia em nosso artigo.