A Prefeitura de São Paulo justificou a suspensão do show de Ye (anteriormente chamado de Kanye West) em Interlagos, afirmando que "não compactua com qualquer conduta criminosa de apologia ao nazismo e/ou racismo". A nota foi divulgada pela imprensa local.
"No momento da reserva da data para o evento, os organizadores não informaram ao Município qual artista seria contratado para realização do show", esclarece o documento, reproduzido pelo jornal Folha de S. Paulo.
O cancelamento do show em Interlagos foi divulgado em outubro. Segundo a Prefeitura, a revogação do termo constava no contrato e ocorreu após "definição posterior pelos promotores".
Nos últimos meses, Ye se envolveu em polêmicas por acusações contra judeus, comentários públicos elogiando o regime nazista e pela música "Heil Hitler". Isso resultou no cancelamento de seu visto na Austrália, país de sua esposa Bianca Censori, e em pedidos de veteranos russos para que ele fosse barrado no país.
"Uma sacanagem"
Guilherme Cavalcante, um dos organizadores do evento, classificou a decisão unilateral da prefeitura como um "descaso absurdo".
"Do meu ponto de vista, foi uma sacanagem. (...) Só pagamos o artista porque eles confirmaram o local. Como você dá uma guia de pagamento e confirma o local, num show gigantesco, caro para caramba? O descaso deles é absurdo", afirmou, citado pela Folha de S. Paulo.
De acordo com ele, havia sido organizada uma "força-tarefa" para coibir qualquer tipo de manifestação nazista, seja através de gestos ou camisetas. ''Todo mundo ia estar vigilante. E o próprio artista, se fizesse qualquer tipo de apelação ou cantasse esse tipo de música'', concluiu.
A um mês do evento, originalmente previsto para 29 de novembro, o show segue sem novo local definido. Os organizadores prometeram reembolsar o público caso o evento precise ser adiado.