'Não é questão política', diz premiê da Hungria sobre comprar petróleo e gás da Rússia

Viktor Orbán explicou as consequências para os cidadãos húngaros e para a economia de seu país caso rejeitem os recursos russos.

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, explicou os motivos que fazem seu país continuar comprando petróleo e gás da Rússia. A fala aconteceu durante um encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

"Nosso suprimento é realizado por meio de gasodutos. Não é uma questão ideológica ou política; é uma realidade física, já que não contamos com portos", afirmou.

Segundo o premiê, a Hungria conta com "apenas um gasoduto que fornece gás à Hungria, o principal, o turco" e destacou que o montante recebido da Croácia "é um volume muito pequeno. É um gasoduto suplementar".

O premiê também afirmou que é preciso separar os assuntos de gás e petróleo.

"Bem, isso é gás. O petróleo é outro assunto", afirmou, acrescentando que 90% dos lares húngaros têm aquecimento a gás.

Em resposta, Trump lembrou que muitos países europeus estão comprando recursos russos e que a Hungria se encontra em uma situação diferente.

"Eles não têm mar, não têm portos", afirmou.

A mídia húngara informou na quinta-feira (6) que o Orbán espera obter do presidente americano uma isenção para seu país das sanções impostas por Washington contra as empresas russas de petróleo e gás Rosneft e Lukoil.

"Todas as negociações diplomáticas são difíceis, mas espero negociações amigáveis e fáceis", disse ele a jornalistas a bordo de seu avião a caminho de Washington.

"Conheço o presidente, ele me conhece, conhecemos o assunto, só precisamos chegar a um acordo", acrescentou.