Protestos de estudantes em apoio à Palestina se iniciam pelo Brasil

Os manifestantes exigem o fim das colaborações acadêmicas com universidades israelenses e o rompimento das relações diplomáticas com o Estado de Israel.

Estudantes da Universidade de São Paulo (USP) montaram um acampamento na terça-feira para mostrar seu apoio à Palestina e condenar os massacres de civis perpetrados pelo Exército israelense desde 7 de outubro, que, em sete meses, já custaram a vida de mais de 34 mil pessoas.

A iniciativa foi realizada por várias organizações agrupadas em torno do Comitê de Estudantes em Solidariedade ao Povo Palestino (ESPP-USP) com o apoio de professores e funcionários da universidade, informou o veículo Opera Mundi. 

As atividades começaram na terça-feira, às 17 horas, horário local, com a instalação do acampamento na sede de História e Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), seguida da organização de debates sobre o tema, segundo o veículo.

O que está sendo exigido?

O acampamento exige que a USP e outras instituições acadêmicas, bem como o Governo Federal, rompa todos os laços com o Estado israelense. De acordo com os organizadores, isso significa renunciar os acordos acadêmicos existentes com universidades de Israel e qualquer relacionamento com Tel Aviv.

"Em particular, a FFLCH decide renunciar imediatamente à Universidade de Haifa por parte de sua Congregação e de seu Conselho Técnico Administrativo", explicou o comitê, que também pediu a interrupção de todos os processos administrativos contra estudantes que se manifestaram a favor da Palestina.

O comitê também denunciou que "as mídias e o gabinete do reitor tentam equiparar o antissionismo ao antissemitismo" e usam essa narrativa "como justificativa para perseguir o movimento de solidariedade à Palestina".

Ana Luísa Tibério, membro do Coletivo Graúna do Partido dos Trabalhadores e integrante do Comitê Estudantil de Solidariedade ao Povo Palestino da USP, disse ao veículo Opera Mundi que os próximos dias "serão fundamentais" para mostrar coesão em torno da "causa palestina".

"Além de mostrar nossa solidariedade, queremos pressionar a USP a romper acordos com as universidades israelenses que apoiam e financiam o massacre em curso na Palestina", acrescentou a porta-voz, que também cursa mestrado em Ciência Política na universidade.