Ucrânia ataca civis e mata os próprios homens, denunciam soldados do regime de Kiev

Segundo os militares, o comandante da unidade ordenou o uso de bombas contra eles, alegando que "a evacuação seria muito difícil".

Militares ucranianos que se renderam às unidades russas das unidades do agrupamento de tropas Tsentr ('Centro') descreveram a situação crítica enfrentada pelas forças de Kiev na direção de Krasnoarmeisk, bem como as ordens de seu comando para abrir fogo contra civis, informou o Ministério da Defesa da Rússia nesta sexta-feira (7).

Um soldado chamado Dmitry disse que tentou evitar o serviço militar saindo do país por meio de seus contatos, mas falhou: foi recrutado na rua e levado à junta de alistamento militar.

"Desde o início, não queríamos lutar, mas acabaram nos mandando para lá", disse ele, acrescentando que, durante o treinamento, mercenários colombianos treinavam em campos vizinhos. Ele também afirmou que chegar às posições era praticamente impossível:

"A taxa de mortalidade é de 60%; é muito difícil chegar às posições; tudo está à vista de todos."

Mentiras e traição:

Dmitry acusou as autoridades de Kiev de enganar a população:

"Todo o lugar estava coberto de cadáveres", relatou. "Eles acobertam tudo. Diziam: 'Não tivemos baixas, elas são mínimas', mas quando estávamos caminhando, vimos a verdadeira dimensão das perdas — muitas. Eles nos fizeram acreditar que nós [o lado ucraniano] não tínhamos sofrido nenhuma baixa, que estava tudo bem", observou.

Segundo ele, o comandante de sua unidade decidiu usar a força contra os próprios homens, porque não queria ajudá-los:

 "Olhei para fora do porão e vi drones vindo em nossa direção e lançando bombas contra nós. Imaginei que queriam nos eliminar para que não precisássemos sair, pois a evacuação seria muito difícil", relatou.

"Depois que nós nos rendemos, fomos acolhidos, nos alimentaram e nos trataram bem", acrescentou, observando que foram os russos que conseguiram tratar seu companheiro.

Violência contra civis

Entre outras coisas, Dmitry relatou que, enquanto lutavam pela Ucrânia, se vissem civis, tinham que informar quantos havia no vilarejo, quem eram e "praticamente interrogá-los". Também recebiam ordens para não deixá-los se aproximarem e "praticamente matá-los caso chegassem perto".

O camarada de Dmitry, Igor, contou como foi convocado para a frente de batalha enquanto ia a uma farmácia comprar remédios para a mãe. Após ser mobilizado, não suportou a pressão e jogou uma granada nos próprios pés, mas acabou sobrevivendo.

"Passamos mais de um mês em um porão com corpos em decomposição. Para amenizar o mau cheiro, tentamos cobri-los com terra", recordou o prisioneiro.

Depois de ser capturado pelos russos, Igor recebeu tratamento médico e, em troca, transmitiu a localização das posições ucranianas e os códigos de comunicação para as tropas russas.

Outro soldado, Nikolai, foi por conta própria à junta de alistamento militar para ganhar dinheiro. O prisioneiro de guerra também admitiu que drones ucranianos foram usados ​​contra eles quando tentaram escapar.

Kiev reconhece "situação complicada"

Na semana passada, o comandante em chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Alexander Syrskyclassificou a situação no campo de batalha como "complicada".

"A situação operacional na frente de batalha continua desafiadora", escreveu o oficial no Telegram. Ele acrescentou que o exército ucraniano está concentrando seus "principais esforços em suprimir" os russos.