O presidente dos EUA, Joe Biden, garantiu à comunidade judaica dos EUA que o apoio de seu Governo e de seu partido a Israel será mantido em meio às contínuas manifestações anti-Israel em universidades dos Estados Unidos.
Ao discursar em uma cerimônia anual de comemoração do Holocausto no Capitólio na terça-feira, o mandatário condenou a onda de antissemitismo nos EUA e em todo o mundo, culpando por isso o movimento palestino Hamas e à propaganda nas redes sociais.
Dirigindo-se a um público composto por membros do Congresso, líderes judeus e sobreviventes do Holocausto, Biden lembrou que, ao chegar ao poder na Alemanha em 1933, Adolf Hitler e seu partido nazista conseguiram reacender "uma das mais antigas formas de preconceito e ódio no mundo, o antissemitismo", o que levou ao extermínio dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
"Esse antigo ódio contra os judeus não começou com o Holocausto e não terminou com ele", disse, observando que "voltou à vida em 7 de outubro", quando o Hamas realizou uma incursão em Israel que matou cerca de 1.200 pessoas e provocou uma resposta militar de Tel Aviv contra a Faixa de Gaza, que deixou mais de 34 mil palestinos mortos.
"Enquanto os judeus de todo o mundo continuam a superar as atrocidades e o trauma daquele dia e as suas consequências, temos visto um aumento feroz do antissemitismo nos Estados Unidos e em todo o mundo", afirmou.
O presidente denunciou que "estudantes judeus estão sendo bloqueados, assediados e agredidos em recintos universitários quando se dirigem às aulas" e condenou "cartazes e slogans antissemitas" que defendem a eliminação de Israel.
Além disso, expressando respeito pela liberdade de expressão e protesto, Biden insistiu que não há lugar para incitamento ao ódio, antissemitismo ou ameaças de violência em qualquer campus ou em qualquer outro lugar nos EUA.
"Temos a obrigação de aprender as lições da história para não entregar nosso futuro aos horrores do passado. Não devemos dar nenhum amparo ao ódio contra ninguém", enfatizou.
"Meu compromisso com a segurança do povo judeu, com a segurança de Israel e com seu direito de existir como um Estado judeu independente é inabalável, mesmo quando discordamos", declarou em uma possível referência às recentes declarações em que Washington questionou a brutalidade dos bombardeios de Israel em Gaza.
Desde meados de abril, mais de 2 mil manifestantes pró-palestinos foram presos nos recintos universitários dos EUA. Uma pesquisa do Instituto de Política da Escola Kennedy, de Harvard, revelou que apenas 18% do eleitorado jovem aprova a abordagem de Biden em relação ao conflito em Gaza.