Trump: A desnuclearização é possível

O mandatário norte-americano relatou ter conversado sobre o assunto com os presidentes de Rússia e China.

O presidente dos EUA, Donald Trump, não descartou nesta quinta-feira (6) que Washington, junto com China e Rússia, possam promover um processo conjunto de desnuclearização. A declaração ocorreu durante uma cúpula com líderes de países da Ásia Central, na Casa Branca.

"Eu acredito que desnuclearização seria algo ótimo", declarou, relatando que conversou sobre o assunto com os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping. "todos gostariam de gastar todo esse dinheiro em outras coisas. Coisas que possm beneficiar as pessoas agora", prosseguiu, reiterando que acredita que "algo assim possa ocorrer".

Trump, entretanto, enalteceu o poderio bélico norte-americano, chegando a afirmar que os EUA poderiam "explodir o mundo 150 vezes", mas que "não há necessidade disso". Ele voltou a alegar que Washington possui o maior arsenal nuclear do mundo,  embora dados do Instituto Internacional de Pesquisa Pela Paz de Estocolmo indicam que a Rússia possui o maior número de armas nucleares em janeiro de 2025, com 4.309 ogivas contra 3.700 de Washington.

Tensões crescentes

Nos últimos dias, Trump havia ordenado a retomada imediata de testes nuclearesargumentando, sem apresentar provas, que países como a Rússia e a China os conduzirem de forma secreta.

Nesta quarta-feira, o Comando de Ataque Global da Força Aérea dos EUA realizou um teste de lançamento do míssil balístico intercontinental Minuteman III a partir da Base Espacial de Vandenberg, na Califórnia.

Poucas horas depois, o presidente Vladimir Putin convocou uma reunião com o Conselho de Segurança de seu país. Nela, classificou os desenvolvimentos como uma "questão séria", e ordenou seu governo a avaliar a viabilidade de preparo para testes nucleares em larga escala.

Durante a reunião, Valery Gerasimov, chefe do Estado-Maior russo, e Andrey Belousov, ministro da Defesa, enfatizaram a necessidade de iniciar "imediatamente" os preparativos para testes nucleares, argumentando que, se Moscou não agir agora, perderá tempo para responder às ações dos EUA.