O governo britânico decidiu não contribuir com o Fundo Tropical das Florestas (TFFF), iniciativa do governo brasileiro que busca estabelecer um novo modelo de financiamento climático. A informação foi publicada pelo jornal britânico The Guardian na quarta-feira (5).
Segundo o veículo, a decisão irritou representantes brasileiros que, há meses, tentavam convencer Londres a aderir ao fundo, lançado oficialmente na tarde desta quinta-feira (6).
"A decisão do Reino Unido deve causar constrangimento ao príncipe William, que está no Brasil para apresentar o prêmio Earthshot, do qual o TFFF é um dos indicados", escreve o The Guardian.
É importante lembrar que, segundo dados oficiais, desde fevereiro de 2022 o governo britânico destinou 13,06 bilhões de libras (R$ 91,70 bilhões) em tanques, sistemas de defesa aérea, artilharia, mísseis de longo alcance e outras formas de apoio militar ao regime de Kiev, em conflito com a Rússia. Desse total, 10,8 bilhões de libras (R$ 75,82 bilhões) foram concedidos como "presente", sem qualquer tipo de condicionalidade.
"Falta de prioridade política"
Anteriormente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já haviacriticado os elevados gastos militares da OTAN.
"É mais fácil destinar 5% do PIB para gastos militares do que alocar os 0,7% prometidos para a Assistência Oficial do Desenvolvimento (ODA). Isso evidencia que os recursos para implementar a Agenda 2030 existem, mas não estão disponíveis por falta de prioridade política'', disparou. "É sempre mais fácil investir na guerra do que na paz", afirmou o mandatário em julho.
- O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira (6), busca captar recursos de países, empresas e entidades para financiar ações de conservação em nações em desenvolvimento, com foco especial na Amazônia.
- Além do investimento inaugural de 1 bilhão dólares anunciado pelo Brasil em setembro, o fundo tem promessas de tem promessa de 5,5 bilhões de dólares.