
Líbano liberta Hannibal Gaddafi após 10 anos de detenção e cancela fiança milionária

As autoridades libanesas libertaram nesta quinta-feira (6) Hannibal Muammar Gaddafi, filho do falecido líder líbio Muammar Gaddafi, após cerca de dez anos de prisão sem julgamento. A informação foi divulgada pelo jornal Sky News Arabia, citando um comunicado oficial do Governo de Unidade Nacional da Líbia.
Segundo o veículo, o governo líbio expressou "profunda gratidão" ao presidente libanês Joseph Aoun e ao presidente do Parlamento, Nabih Berri, por sua cooperação na resolução do caso. O comunicado destacou que a libertação é resultado de "esforços diplomáticos contínuos e de uma abordagem legal e humanitária".
O irmão de Hannibal, Saadi Gaddafi, confirmou a notícia em publicação na rede social X, agradecendo ao governo libanês e ao primeiro-ministro líbio Abdul Hamid Dbeibah, além de outros responsáveis que atuaram no caso.
Entenda o caso:
Hannibal Gaddafi foi detido no Líbano por uma década, sem julgamento, sob a acusação de ocultar informações sobre o desaparecimento do clérigo xiita libanês Musa al-Sadr e dois acompanhantes, que sumiram em 1978 durante visita oficial à Líbia. O caso é atribuído ao regime de seu pai, embora Hannibal tivesse apenas dois anos na época.

Em outubro de 2024, a Justiça libanesa havia autorizado sua libertação mediante o pagamento de uma fiança de US$ 11 milhões e a proibição de deixar o país, mas a decisão não se concretizou por dificuldades financeiras. Ambas as exigências foram derrubadas nesta quinta-feira.
Ainda de acordo com a Sky News Arabic, uma missão líbia de alto nível, chefiada por Ibrahim Dbeibah, sobrinho do primeiro-ministro, esteve em Beirute em 3 de novembro e entregou documentos sobre o caso, o que teria contribuído para o encerramento definitivo do processo.
