O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou nesta quinta-feira (6) que seu homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump, "está contra a humanidade".
Durante seu discurso na abertura da COP30, a 30ª Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (CQNUMC), que ocorre na cidade de Belém (PA), o mandatário colombiano criticou a ausência de Trump no evento.
"A ausência dos Estados Unidos aqui, o fato de o senhor Donald Trump não vir, o fato de ele ter uma conduta pessoal de negação da ciência leva sua sociedade de olhos fechados ao abismo, e com ela, a humanidade. O senhor Trump está errado, a ciência ilumina o colapso se os Estados Unidos não se moverem em direção à descarbonização de sua própria economia", declarou.
'Um erro da Europa'
De acordo com Petro, a ausência de Trump no evento e seu negacionismo são um dos "fetiches" que separam as nações do "objetivo simples da vida, que não é de direita nem de esquerda, é simplesmente o objetivo comum da humanidade".
O presidente colombiano criticou também o investimento europeu em armas.
"Esse é um erro da Europa se der ouvidos, não é um problema de defesa e segurança, não é a Rússia a inimiga, é a crise climática, são seus netos, senhoras e senhores, presidentes e primeiros-ministros da Europa, que estão em risco, assim como todos os filhos e as filhas do enorme, grande e civilizatório povo europeu e da humanidade inteira", afirmou Petro.
O presidente colombiano também mencionou as "ameaças de invasão por toda parte", que geram perda de tempo. Nesse sentido, referiu-se ao "genocídio" em Gaza, assim como as intimidações sobre invadir a Venezuela, Cuba, Colômbia, Brasil e México.
"E ouçam bem, invasão real ao Caribe colombiano. Os mesmos mísseis que caem sobre as crianças de Gaza, hoje caem sobre pobres jovens que não são narcotraficantes, mas empregados dos narcotraficantes ou às vezes pescadores nos barcos rápidos", declarou, em referência aos bombardeios realizados pelos Estados Unidos na região.
Às ameaças de invasão seguem-se, de acordo com Petro, as "políticas anti-imigratórias feitas ao estilo dos nazistas" nos Estados Unidos, assim como contra os "povos árabes e subsaarianos na Europa".
Diante de toda esta situação e em prol de avançar para pôr fim à crise climática, Petro pediu o fim das "desculpas inventadas para abraçar o lobby petrolífero" e "ganhar um pouco mais de dinheiro"; e propôs caminhar para "construir uma economia descarbonizada" ou "da vida", deixando de lado o carvão, o petróleo e o gás.