
'Rússia não é o inimigo, mas sim a crise climática', afirma Gustavo Petro

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, alertou nesta quinta-feira (6), durante seu discurso na COP30 em Belém, que o mundo "fracassou" e enfrenta um "apocalipse climático" que vai além das ideologias políticas.
Segundo Petro, o "fracasso se deve, em primeiro lugar, ao lobby dos interesses do petróleo, do carvão e do gás nesta assembleia", cujo "desejo de lucro a curto prazo e ganância foram contra a vida, o que é imoral e desumano".

O presidente colombiano alertou que o mundo está se aproximando de um ponto sem volta com o colapso climático, ou seja "a morte geral da existência no planeta" e "apocalipse real".
Ele criticou a decisão dos Estados Unidos de não participarem da conferência, afirmando que "fetiches" como esse impedem o mundo de cumprir "o objetivo simples da vida, que não é nem de direita nem de esquerda".
Críticas à Europa
Em segundo lugar, Petro afirmou que a Europa poderia estar cometendo um grave erro ao aumentar seu investimento no setor armamentista.
"Não é uma questão de defesa e segurança, a Rússia não é o inimigo, é a crise climática (...) são os netos e os filhos do grande e civilizado povo europeu e de toda a humanidade" que estão em perigo.
❗️🇨🇴 "Rússia não é o inimigo, mas sim a crise climática", afirma Gustavo PetroA presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente da França, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, acompanharam o discurso do presidente colombiano. pic.twitter.com/UK6zSoMoP1
— RT Brasil (@rtnoticias_br) November 6, 2025
Nesse sentido, ele afirmou que as mortes da humanidade são um "inimigo mais forte" do que a ideia de perigo que foi atribuída à Rússia "desde os tempos napoleônicos".
Ações dos EUA na América Latina
Por último, Petro destacou as ameaças de invasão dos EUA na América Latina, traçando um paralelo com a situação em Gaza.
"Os mesmos mísseis que caem sobre as crianças de Gaza, hoje caem sobre jovens pobres que não são traficantes, mas funcionários dos traficantes ou, às vezes, pescadores em lanchas rápidas no Caribe. São quase 70 assassinatos que violam o direito internacional humanitário" e o princípio da proporcionalidade da força, denunciou.
O mandatário, que foi alvo de sanções norte-americanas, também expôs os ataques do governo Trump contra ele, descartando a acusação de vínculo com o narcotráfico e denunciando uma tentativa de silenciamento.
"Na minha vida pessoal, e correndo o risco de perdê-la, fui o primeiro defensor da luta contra o narcotráfico na Colômbia, aumentando, como nenhum governo na história mundial, as apreensões de cocaína", detalhou.

