Soldados ucranianos na região de Krasnoarmeisk se renderam voluntariamente às forças russas do grupo Centro, "abandonados por seus comandos e incapazes de resistir a bombardeios de artilharia e ataques de drones", informou o Ministério da Defesa russo nesta quinta-feira (6).
Soldados da 68ª Brigada de Caçadores de Elite das Forças Armadas da Ucrânia relataram que, devido ao cerco à cidade de Donetsk, não estavam recebendo alimentos nem munição, nem mesmo por drones.
Segundo um comunicado russo, os militantes ucranianos passaram fome por vários dias, sobrevivendo com o que encontravam em porões por onde se escondiam.
"Há bombas calibre .300 e .200 espalhadas por toda parte. Sem ter para onde ir. Sete dias sem comida. Sem água, sem comida. Sem munição. Em porões, em trincheiras. Nos escondemos onde pudemos. Não havia para onde ir, só isso", disse o soldado das Forças Armadas da Ucrânia capturado, Gennady Chernadchuk.
O Ministério da Defesa russo acrescentou ainda que, enquanto os soldados ucranianos decidiam se render, tropas do regime de Kiev tentaram romper o cerco russo, mas perderam contato posteriormente.
Prisioneiros de guerra ucranianos relataram que o número de feridos na cidade aumenta diariamente, mas o atendimento médico é impossível devido à escassez de suprimentos.
"Sem comida, sem remédios, nada. Algumas pessoas podem ter se ferido em algum lugar, mas não todas. Então, ou nos rendemos, morremos de fome ou morremos por causa de uma mina. Bem, a única opção é deitar", disse o soldado das Forças Armadas da Ucrânia capturado, Yuriy Dovganyuk.
Ucrânia reconheceu sua "situação complicada"
Na semana passada, o comandante em chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Alexander Syrsky, reconheceu que "a situação é complicada".
"A situação operacional na frente de batalha continua desafiadora", escreveu o oficial de alta patente no Telegram. Ele acrescentou que o exército ucraniano está concentrando seus "principais esforços em suprimir" os russos.
- No final de outubro, as autoridades russas relataram que cerca de 5 mil soldados ucranianos ficaram cercados ao redor da cidade estratégica de Kupiansk e 5,5 mil ao redor de Krasnoarmeisk. As forças russas frustraram dezenas de tentativas dos soldados ucranianos de romper o cerco.
- Na semana passada, alguns dos soldados ucranianos cercados pelo exército russo em Krasnoarmeisk começaram a se render. Dois deles descreveram as condições terríveis do cerco e a indiferença do comando ucraniano, e apelaram para que os que ainda estavam presos se rendessem. "Suponho que não haja mais nada que se possa fazer aí. Não vejo sentido em resistir e continuar firme. Sugiro que todos se rendam. Assim vocês sobreviverão. Caso contrário, morrerão. É só isso. É muito simples", disse Vyacheslav Krevenko.