Kremlin à OTAN: 'Tentem ouvir a Rússia, vocês a entenderão'

Anteriormente, o secretário-geral da OTAN havia declarado que deixou de dar atenção às declarações feitas em reuniões presididas pelo presidente Putin há muito tempo.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, respondeu nesta quinta-feira (6) às declarações do secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, que afirmou que já há muito tempo deixou de prestar atenção às reuniões organizadas pelo presidente russo, Vladimir Putin.

Durante sua visita à Romênia no dia anterior, Rutte foi questionado por jornalistas sobre se a aliança militar responderia de alguma forma às declarações feitas naquele mesmo dia pelos membros permanentes do Conselho de Segurança da Rússia, em reunião da qual Putin também participou.

O ministro da Defesa da Rússia, Andrei Belousov, durante a referida reunião, levantou a necessidade de iniciar os preparativos para testes nucleares "imediatamente" em resposta à atual política do presidente dos EUA, Donald Trump, neste âmbito.

"Deixei de reagir às reuniões que Putin organiza há muito tempo. Ele é pago como presidente da Rússia, por isso as organiza", respondeu Rutte em coletiva de imprensa.

Ao comentar essas declarações, Peskov observou que "é precisamente aí que reside o problema da Aliança do Atlântico Norte e de seus líderes".

"Por um lado, dizem que não ouvem a Rússia e, por outro, que não a entendem. Tentem ouvi-la: vocês a entenderão", disse o porta-voz.

Tensões crescentes

Nos últimos dias, Trump havia ordenado a retomada imediata de testes nucleares, alegando, sem apresentar provas, que países como a Rússia e a China os conduzem de forma secreta.

Nesta quarta-feira (5), o presidente Vladimir Putin convocou uma reunião com o Conselho de Segurança de seu país. Nela, classificou os desenvolvimentos como uma "questão séria", e ordenou seu governo a avaliar a viabilidade de preparo para testes nucleares em larga escala.

Durante a reunião, Valery Gerasimov, chefe do Estado-Maior russo, e Andrey Belousov, ministro da Defesa, enfatizaram a necessidade de iniciar "imediatamente" os preparativos para testes nucleares, argumentando que, se Moscou não agir agora, perderá tempo para responder às ações dos EUA.

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