
'O senhor da guerra': Venezuela revela quem está por trás da suspensão da Cúpula das Américas

A decisão de adiar a Cúpula das Américas foi tomada por indicação do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, com o objetivo de evitar críticas a Washington em meio à presença militar norte-americana no Caribe, afirmou o ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela, Diosdado Cabello, nesta quarta-feira (6).
"Foi o próprio senhor da guerra, ou seja, Marco Rubio (...), quem deu a ordem ao presidente da República Dominicana, Luis Abinader, para suspender a Cúpula das Américas que seria realizada naquele país nos primeiros dias de dezembro, porque o ambiente não lhes favorece", declarou Cabello em seu programa 'Con el mazo dando'.

Ele explicou que, apesar de Washington ter "tentado chantagear toda a região para que se unam à sua guerra" contra Caracas, "muitos países utilizariam esta cúpula como plataforma para denunciar o injustificado destaque militar dos EUA no Caribe e os assassinatos extrajudiciais".
Cabello advertiu ainda que o Secretário de Estado norte-americano tem "um plano na manga", que poderia ser executado no final deste mês:
"Rubio está trabalhando em uma [operação de] falsa bandeira, (...) que tem como objetivo aumentar as tensões entre EUA e Venezuela, por isso também não lhe convinha que a cúpula fosse realizada", sustentou.
- Em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, um submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, alegando sua suposta disposição em combater o narcotráfico. Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostos lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, deixando dezenas de mortos.
- Washington acusou Maduro, sem provas ou fundamento, de liderar um suposto cartel de drogas. As mesmas acusações foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
- O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, supostamente para combater o narcotráfico, que resultaram em dezenas de mortos. Especialistas e governos classificaram os ataques como execuções extrajudiciais.
- Os bombardeios também foram criticados pelos governos de países como Colômbia, México e Brasil, bem como por peritos da ONU, que afirmaram tratar-se de "execuções sumárias", em violação ao que consagra o direito internacional.
