
O que explica a ascensão das uniões consensuais no Brasil em detrimento do casamento formal?

Recentemente foi divulgado pelo IBGE que as uniões consensuais (arranjos conjugais sem casamento civil ou religioso) ultrapassaram os casamentos formais no Brasil, segundo o Censo 2022 na quarta-feira (5).

Em 2022, 38,9% das uniões eram consensuais em comparação com 37,9% de matrimônios civis e religiosos, enquanto que em 2000 as uniões informais representavam 28,6%.
A tendência domina entre os jovens: entre 20 e 29 anos, 24,8% dos lares têm uniões consensuais, contra apenas 5,8% de casamentos formais.
Mudanças culturais
Mudanças culturais valorizam a convivência sem rituais religiosos ou civis além da burocracia e custos do casamento e do divórcio oficial desencorajam a formalização, especialmente entre classes baixas.
"No mundo globalizado, o casamento formal tradicional dá espaço ao dinamismo e à instantaneidade das relações (uniões estáveis), assinaladas pela informalidade e, reconhecidas legalmente", priorizando autonomia sobre tradições, afirma a psicóloga Karla Cristiane M. Castro.
Praticidade e garantias legais mas sem burocracia
A Lei 9.278/1996 equiparou direitos de uniões estáveis aos casamentos, garantindo herança, pensão e regime de bens, reduzindo a necessidade do papel.
O jurista Sílvio de Salvo Venosa afirma que "a união estável passará a existir desde quando houver a formação de uma família e é por isso que o legislador desejou proteger as uniões que se apresentam com os elementos norteadores do casamento".
Outra curiosidade foi o fator Pandemia da Covid-19, que acelerou tendência, com cerimônias adiadas.
