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Rússia afirma que EUA avisaram antes de testar míssil balístico intercontinental

Moscou, por sua vez, mantém-se fiel aos compromissos do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares, ressaltou o porta-voz Dmitry Peskov.
Rússia afirma que EUA avisaram antes de testar míssil balístico intercontinentalBrittany E. N. Murphy U.S. Army Space and Missile Defense Command / AP

Os Estados Unidos informaram a Rússia sobre o lançamento de teste de um míssil balístico intercontinental Minuteman III, informou nesta quarta-feira (5) o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

Moscou, por sua vez, mantém-se fiel aos compromissos do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares, acrescentou o porta-voz, lembrando que a tríade nuclear do país foi renovada.

"A Rússia não participa de uma corrida armamentista, mas está desenvolvendo seus sistemas [de defesa]", afirmou Peskov. "A situação atual no mundo confirma que as decisões sobre a renovação da tríade nuclear foram corretas", completou.

Horas antes, o Comando de Ataque Global da Força Aérea norte-americana (AFGSC) realizou o disparo não armado do míssil a partir da base da Força Espacial Vandenberg, na Califórnia.

Segundo a entidade, a operação, identificada como GT 254, teve como objetivo avaliar a confiabilidade, a prontidão operacional e a precisão do sistema ICBM, considerado um pilar da defesa nacional dos EUA.

Tensões crescentes

Nos últimos dias, Trump havia ordenado a retomada imediata de testes nucleares, argumentando, sem apresentar provas, que países como a Rússia e a China os conduzirem de forma secreta.

Nesta quarta-feira (5), o presidente Vladimir Putin convocou uma reunião com o Conselho de Segurança de seu país. Nela, classificou os desenvolvimentos como uma "questão séria", e ordenou seu governo a avaliar a viabilidade de preparo para testes nucleares em larga escala.

Durante a reunião, Valery Gerasimov, chefe do Estado-Maior russo, e Andrey Belousov, ministro da Defesa, enfatizaram a necessidade de iniciar "imediatamente" os preparativos para testes nucleares, argumentando que, se Moscou não agir agora, perderá tempo para responder às ações dos EUA.